O uso do décimo terceiro salário deve ser diferente nesse ano, dizem especialistas

A gente está quase no fim do ano. Inclusive, não precisamos de muito tempo e nem muitas linhas para dizer que esse foi um período bastante diferente, devido a pandemia. Por isso, especialistas acreditam que o uso do décimo terceiro salário será diferente também.

A gente trouxe aqui as principais opiniões de alguns deles, que foram divulgadas em entrevistas na internet. Para resumir o que vem pela frente, saiba que se antes a ideia era a de pagar dívidas e consumir pouco, agora parece que o conceito está em poupar todo possível.

Desse modo, a recomendação é mesmo a de ter um planejamento financeiro mais fit, mais justo, mais regrado. Logo, sem deixar de lado a reserva financeira, que cada vez mais terá papel importante devido as contas do começo de ano. Entenda tudo isso abaixo.

A inflação

A primeira análise que vamos deixar aqui é do Reinaldo Domingos, que é um educador financeiro que sempre aparece na TV e na internet para falar do assunto. Inclusive, ele cita a inflação como um dos principais motivadores dessa nova tendência.

“O poder aquisitivo do brasileiro está derretendo. Isso tudo por conta da pressão da inflação e também com o viés dos desempregos causados pela pandemia. Logo, com menos recursos no bolso, então, a pessoa tem que gastar mais para ter melhor qualidade de vida”.

O mesmo especialista ainda completa a visão. Ele diz que esse é um bom momento para pegar o dinheiro extra que as pessoas recebem para guardar. “Afinal, não sabemos exatamente até quando a pandemia vai durar. Então, tem que guardar mais”.

As dívidas

O segundo ponto que trazemos aqui e tem a ver com o uso do décimo terceiro salário é sobre o pagamento de dívidas. Obviamente, esse dinheiro a mais pode servir para quitar os débitos, se eles não forem tão altos. Aliás, a economias da Reag, Simone Pasianotto, diz isso.

“A primeira coisa é sim pagar aquilo que a pessoa deve. Mas, logo após isso, deve-se pensar em estratégias para esse dinheiro”. No entanto, Domingos, que foi citado acima, diz que é preciso pensar muito bem nisso.

“Se você pagar os débitos e ficar sem recursos, com o governo acenando a redução salarial de novo, então, teremos um novo problema. Logo, se você tem dificuldades financeiras, o ideal é conversar com a família. Agora não é a hora de limpar o nome e ficar sem nada no bolso”.

Logo, ele diz que isso vale para quem tem dívidas muito altas, os chamados “superendividados”. Assim, concluir a ideia falando que “se eu tenho dívidas grande, eu não tenho que pensar em pagar agora”.

As contas

Também não podemos deixar de falar das contas do começo do ano. Basicamente, teremos os famosos impostos dos veículos e dos imóveis. Além dos materiais escolares. Assim, tudo entra na conta do começo do ano. E Simone avalia a situação.

“Se eu acertei as dívidas, aí eu guardo dinheiro para os gastos extras do início do próximo ano. Preferencialmente, eu posso optar por pagar tudo à vista”.

Por isso, apesar de haver uma opinião diferente sobre o uso do dinheiro para pagar as dívidas, o que todos concordam é que não se deve gastar com compras de final de ano. Ao menos, nesse ano. Ou, pelo menos, diminuir esse gasto, devido a imprevisibilidade da pandemia.

Do mesmo modo, ninguém sabe se as escolas vão estar abertas no ano que vem. Mas, o que se sabe, com certeza, é que os governos vão continuar fazendo a cobrança do Imposto sobre Veículos Automotores (IPVA) e sobre o Território Predial Urbano (IPTU).

Por isso mesmo, nada melhor do que estar preparado para esses custos anuais.

Por curiosidade, relembre essa matéria que fizemos há 2 anos: “13º salário – vale a pena usar para pagar as dívidas?“.

A reserva

O próximo ponto que não pode ficar de fora é a reserva de emergência. Mas, e agora é hora de acumular mais? Usar? O que fazer? Em se tratando do uso do décimo terceiro salário é preciso avaliar a importância desses recursos que toda família deveria ter.

Na teoria, o ideal é ter um acumulo de patrimônio que vai de 3 a 6 meses da renda família. Assim, em caso de desemprego ou piora na situação atual, as pessoas poderiam usar tais recursos para complementar a renda. Porém, pouca gente tem reserva hoje em dia.

“Independentemente da situação financeira de cada um, todo mundo deveria formar uma reserva financeira. O motivo principal agora é a instabilidade da pandemia, que não tem data para acabar”, defende Domingos.

Assim, ele ainda recomenda as opções de bancos, que permitem liquidez. Ou seja, dá para sacar rapidamente, se for preciso. Por isso, a indicação é da poupança, CDBs com liquidez e até mesmo o Tesouro Direto.

uso do décimo terceiro salário

O investimento

Ainda sobre investimentos, Simone diz que muita gente tem preconceito com a poupança, mas não deveria ser assim. “Não há problema em investir na poupança, isso não é crime. Mas, desde que a pessoa esteja poupança para a emergência, obviamente”.

Outra coisa é que, se parte do décimo terceiro sobrar, dá para pensar em investimentos mais sofisticados. Ela mesmo fala sobre isso ao dizer que “ é preciso consultar quem entende ou estudar mais afundo o assunto”.

Assim, ela fala em “fundos de renda fixa” ou “fundos de ações”, que são opções para quem quer sair e ir além dos tradicionais títulos dos bancos. “Caso você queira correr risco e pode perder dinheiro, estude essas opções. Mas, não acredite 100% nos digitais influenciadores”.

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