Título de Capitalização – 7 Coisas que seu Gerente não Te Contou sobre eles

Os títulos de capitalização são produtos financeiros onde é possível ganhar dinheiro através de sorteios mensais – você aplica um valor baixo todos os meses e em troca tem grandes chances de ganhar, se tiver sorte.

A explicação acima, com certeza, você já ouviu de algum gerente bancário. Mas, essa é uma breve explicação sobre o que realmente é um Título de Capitalização. Dedicamo-nos a escrever esse artigo com o objetivo de te contar tudo sobre tal título – tudo mesmo!

Se você possui um título de capitalização em qualquer banco que seja – sentimos informar – saiba que você correrá um grande risco ao ler este artigo. Você pode ficar totalmente irritado e sentirá uma vontade enorme de “estrangular” o seu gerente. Mas calma!

Você não precisará fazer isso! Nossa ideia é a de que você entenda exatamente como funciona um título desses e evite perder dinheiro da próxima vez que for escolher um produto bancário.

Preparado? Bora lá – solte suas amarras e conheça o verdadeiro título de capitalização.

Título de Capitalização – O que é

É uma ferramenta disponibilizada pelo banco que tem como função formar capital.

O produto bancário é totalmente especifico no mercado financeiro porque tem características muito peculiares – é um misto de caderneta da poupança com bilhete da loteria.

Primeiro, eles se assemelham aos investimentos porque remuneram uma parte dos recursos aplicados a uma determinada taxa. Depois, tem a ver com a loteria porque realiza sorteios de prêmios periodicamente.

No fim das contas, ele não é um e nem outro.

O produto é regulamentado pela SUSEP (Superintendência de Seguros Privados).

A estrutura do título é formada pelo seguinte pilar, conforme o Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor):

Cota de Capitalização

É uma parcela destinada à capitalização a ser resgatada no fim do período. Ela é referenciada pela TR – Taxa Referencial. Normalmente, esse valor é de 70% de toda mensalidade.

Cota de Sorteio

É um percentual (normalmente de 15%) destinado a custear os prêmios que serão distribuídos por intermédio dos sorteios.

Cota de Carregamento

Esse é um percentual voltado aos gastos e às despesas. Também tem uma média de 15% e normalmente é levado à formação da reserva de contingência e às despesas de corretagem e seguros.

https://youtu.be/_EZWSY1adDs

Título de Capitalização – Como Funciona

No título, parte do valor que é aplicado pelos investidores é usada para a compra dos prêmios usados nos sorteios. Portanto, parte do valor que você investe tem a função muito parecida como a de um seguro.

Confira cada uma das características do Título de Capitalização.

1 – Os Sorteios

Geralmente, o valor que é usado para custear os sorteios é de 20% do total aplicado.

Obviamente, se o indivíduo não ganhar nada nos sorteios realizados durante o período de vigência, o rendimento dele será bastante baixo – menor do que o da poupança, por exemplo.

Isso levando em consideração ainda que a poupança já não é um bom investimento financeiro, considerando que tem perdido rentabilidade para a inflação – baixo poder de compra.

2 – Os Pagamentos

Nessas opções, a expressão “pagamento” é usada para designar os recursos que são enviados para a compra do título – assim, eles podem ser mensais ou unitários, conforme a proposta.

Vale lembrar que as parcelas pagas mensalmente são reajustadas conforme as cláusulas do contrato. Obviamente, o valor dos prêmios também são corrigidos pela mesma proporção.

3 – Os Prazos

O prazo do pagamento vai depender da forma que o título foi contratado.

O prazo de vigência consiste no período em que o título é administrado pela Sociedade de Capitalização, sendo que ele será sempre maior ou igual o prazo dos pagamentos.

Ficou confuso? Calma, é fácil!

Um título pode ter um prazo de vigência de 12 meses e o prazo de pagamento de 9 meses. Ou um pagamento unitário e ter a vigência de 24 meses. Sendo assim, são várias as opções disponíveis no mercado bancário.

4 – O Resgate

A liquidez desses títulos é um dos maiores pontos fracos dela.

Toda vez que o título for resgatado com antecedência, o valor aplicado será minimizado por uma porcentagem significativa.

Na justificativa dos bancos, isso acontece porque parte do valor aplicado é usado para custear as despesas administrativas e dos prêmios.

Na prática, os títulos de capitalização tem o que é chamado de período de carência, que, normalmente, é de 12 meses.

Em raros casos, esses produtos tem o que é chamado de resgate parcial, onde é feito um contrato com a aplicação de multa, que é limitada pela SUSEP em 10% do capital constituído.

De maneira geral, existem três tipos de resgate: no fim do prazo, antecipado e o parcial.

“Não é comum encontrarmos produtos com opção de resgate parcial. Quando há, a empresa tem regras sobre o saldo mínimo, o valor máximo e outros critérios”, diz Edmilson da Silva.

5 – A Rentabilidade

Existe uma TR (Taxa Referencial) que faz a correção sobre o capital que será acumulado, sendo que as despesas administrativas e os sorteios serão descontados – para os bancos, isso é chamado de Correção Monetária.

A grande questão é que essa TR remunera pouco mais de 2% ao ano enquanto a inflação (medida pelo IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo) é bem mais alta do que isso.

Leia no Final do Artigo – Bônus – As Mentiras mais contadas pelos Bancos

6 – O Atraso

Se o investidor atrasa um pagamento ou quiser parar com o produto, terá que pagar multas sobre os pagamentos ou, dependendo do caso, prorrogar o prazo de vigência.

No caso dos pagamentos interrompidos por meses consecutivos, o título é AUTOMATICAMENTE cancelado, ainda que o titular poderá ter direito ao capital formado.

7 – A Fiança

Não que seja um ponto positivo, mas se existe um lado bom dos títulos de capitalização é que eles podem ser usados como garantia de fiança em contratos de aluguel, substituindo o fiador.

Títulos de Capitalização – A Grande Pegadinha!

Nós não queremos te influenciar nas suas escolhas financeiras, mas aqui vale o mesmo aviso de sempre: cuidado, preste atenção, pesquisa e saiba tudo sobre o produto que escolher.

A grande pegadinha dos títulos de capitalização tem a ver com os sorteios de prêmios. De forma geral, esse é o maior chamariz para os clientes do titulo – no entanto, aplicar dinheiro nele é como apostar em números da loteria.

O jeito mais simples, mais fácil, mais didático e mais sincero de ganhar dinheiro é fazendo investimentos corretos, com ativos que pagam boas rentabilidades e que não se baseiam apenas na sorte de “ter os números certos”.

Muitos gerentes costumam falar ainda que os títulos de capitalização são como “poupanças forçadas”, ou seja, que dão firmeza para o cliente poupar dinheiro. Porém, o objetivo da poupança é poupar e não arriscar em jogos numéricos.

Por fim, é importante notar que ainda que não seja uma dívida assumida, como os financiamentos ou empréstimos, os títulos de capitalização são compromissos financeiros reais e verdadeiros.

É muito comum reconhecer histórias de pessoas que deixaram esse produto no “débito automático” e acabaram entrando no Cheque Especial por descuido. O resultado você já deve imaginar – juros corroendo a conta dolorosamente.

Reprodução: Google

Título de Capitalização é um Investimento Financeiro?

Para Ione Amorim, que é do Idec, “o título de capitalização não é nem um ativo, nem uma linha de investimento, ele funciona mais como um seguro com direito à premiação, que é o seu maior apelo”.

Ione continua: “além de sequer garantir o retorno do valor aplicado ao longo do período de vigência, as chances de ser sorteado são remotas, como em uma loteria”. Isso sem contar que há a incidência do Imposto de Renda.

O Idec lançou uma cartilha – “Venda Responsável de Produtos e Serviços Financeiros” – em2012, onde já se posicionava afirmando que o título não é um investimento. Veja o que o Instituto dizia na época…

O Título de Capitalização não é um Investimento Financeiro”.

“É um tipo de aplicação da mesma modalidade do seguro, cuja formação de capital é constituída em depósitos mensais ou num aporte único”.

“Ao final do período de capitalização uma parte do saldo aplicado é resgatado, acrescido apenas da Correção Monetária”.

“Essa correção é feita com a TR – Taxa Referencial. A mesma que corrige a poupança”.

“Em caso de resgate antes do término da capitalização, o consumidor sofrerá perda de quantia considerável”.

“É uma das piores aplicações disponíveis no mercado, mas todos os bancos negociam esse produto, já que é altamente rentável às instituições financeiras”.

Ah, e se você ainda considera como um investimento financeiro saiba que nem a Caixa Econômica Federal diz isso. Confira um trecho da resposta do banco divulgada na internet.

“A Caixa Seguradora acredita que guardar dinheiro e ainda concorrer a prêmios faz com que muitas pessoas adquiram os títulos de capitalização, um produto financeiro que costuma ser uma das primeiras opções do brasileiro para economizar”.

“É uma solução capaz de atender a perfis variados de consumidores, combinando soluções de negócios com sorteios, não podendo ser confundida com investimento, mas sim como uma forma de economia programada”.

Projeto de Lei sobre Títulos de Capitalização na Câmara dos Deputados

Se você ainda acredita no seu gerente quando ele diz que os títulos de capitalização são bons negócios financeiros, saiba que está na Câmara dos Deputados um Projeto de Lei que diz que os consumidores precisarão receber mais informações sobre as características desse investimento.

Isso inclui, por exemplo, a probabilidade de os títulos serem contemplados no sorteio de prêmios. Para Paulo Paim, senador que criou o projeto, o título de capitalização é um misto que varia entre um ativo financeiro e um bilhete de loteria.

– Sendo que as características sempre são mal explicadas no folheto de divulgação, alimentando falsas esperanças dos consumidores.

“A propaganda dos títulos de capitalização focaliza o sorteio de prêmios, mas omite informações sobre as taxas administrativas cobradas e sobre os descontos aplicados no caso do resgate antecipado”, diz o senador.

“Em função disso, o aplicador raramente sabe em que está se metendo”, observa Paim.

Sobre o Projeto de Lei, destacamos dois pontos importantes que deve acontecer se houver aprovação, confira cada um deles.

A Transparência dos Títulos de Capitalização

Outro senador, Cidinho Santos, que é o relator do PL, a proposta dá transparência aos títulos, levando o consumidor a repensar sobre suas vantagens.

“Embora o título de capitalização seja uma forma de poupança por parte dos aplicadores, as suas condições financeiras não são favoráveis ao aplicador, que quase sempre adquire o título com esperança de ser premiado nos sorteios”, considera Santos.

Para ele, o mais aconselhável é o comprador do título saber tudo sobre o produto antes de adquirir.

Na atualidade, infelizmente, ele não tem condições de comparar o seu rendimento com o de outras aplicações, como também de saber as chances reais de ser sorteado e ganhar, posteriormente, prêmios.

Os Valores dos Títulos de Capitalização

Paim diz que é necessário, infindavelmente, uma ampla divulgação das características desses títulos, sendo que a expressão usada é imprecisa demais e pode dar brechas para reclamações abusivas sobre a amplitude de tal produto.

Para substituir tal demanda, o relator diz que o texto obrigatório tem que incluir o rendimento do capital até o final da vigência do título, incluindo o prazo de validade e a carência, os valores e os percentuais que são cobrados.

E, claro, as probabilidades de o título ser contemplado no sorteio de cada prêmio.

Como Reclamar dos Problemas com o seu Banco

Esse é um tema muito recorrente no Procon. Quando o assunto é dinheiro, a queixa dos consumidores são inúmeras, só perdendo para as empresas de telefonia.

“O tema que mais recebe reclamação é a transação não reconhecida seja no cartão de crédito ou na conta corrente. Uma compra que eu não fiz, um seguro que não contratei”, diz Renata Reis, do Procon.

Então, se você tiver um problema não se esqueça de fazer a reclamação da seguinte forma:

SAC do Banco

Ligar para o próprio serviço de atendimento do banco e anotar o número de protocolo, nome da atendente, data e horário da ligação. O prazo de resposta deve ser, no máximo, de 5 dias.

Ouvidoria do Banco

A ouvidoria tem 15 dias para responder ao cliente. Ela é supervisionada pelo Banco Central e costuma ser eficiente.

Banco Central

A reclamação pode ser enviada por internet e a resposta deve chegar em até 10 dias úteis.

Procon

Depois que o Procon contatar o banco, ele tem 10 dias para responder. Se não, o Procon entra com um processo administrativo que pode durar até 120 dias. O Procon pode, inclusive, multar a empresa infratora.

Justiça

Com todas as provas em mãos, o consumidor pode entrar na justiça e ter uma ação no Poder Judiciário.

Reprodução: Google

Bônus – As Mentiras mais contadas pelos Bancos

Fizemos a lista de algumas pegadinhas dos bancos para atrair clientes! Veja e se importe mais com o seu dinheiro, busque conhecimento, tenha interesse pelo assunto e não caia mais nessas conversas fiadas!

Poupança

A poupança sim pode ser considerada um investimento, mesmo que não seja dos melhores. No entanto, a ideia de que é o único investimento seguro é patifaria.

Mentira pura. O mesmo FGC (Fundo Garantidor de Crédito) que assegura os investimentos de até 250 mil reais cobre também outras opções, como o CDB, a LCI e a LCA.

Como Investir em Renda Fixa e por que ele pode ser o seu Melhor Investimento? 

Então, se você já deu um passo certo e começou a poupar dinheiro, dê, agora, o segundo passo certo e comece a investir da forma certa, na Renda Fixa.

E, quanto à ela, a primeira informação que damos é: qualquer investimento deve render mais do que, PELO MENOS, a inflação. Se isso não acontecer, você vai perder dinheiro, vai descapitalizar, vai andar na contramão.

É isso que acontece quando você aplica na poupança. Por sinal, existem 3 motivos principais pelos quais você não deve investir na poupança: Ela Perde para a Inflação, Tem a Mesma Garantia da Renda Fixa e Não Recebe Juros. Temos um vídeo que fala especificamente disso. Assista!

Resultado: há sim alternativas mais rentáveis e tão seguras quanto à poupança. Isso sem contar que a poupança já foi congelada pelo governo, no Plano Collor.

“Na verdade, ela possui a mesma garantia que outros investimentos”, confirma Anderson. Como esse tema – poupança – é um pouco extenso, vamos continuar falando sobre ele abaixo, nos próximos tópicos. Não deixe de ler!

Diversificação

Como é possível afirmar que investimentos são iguais para todos, se cada pessoa possui um perfil (como tempo e rentabilidade) diferente de outra pessoa. Não existe fórmula única para os investimentos, e se alguém disser isso, estará mentindo.

Assim, os bancos pecam ao direcionar investimentos para os clientes com base naquilo que mais convém para a empresa, que, por sinal, possuem metas a ser batidas.

Diversificar é uma das coisas em comum entre as pessoas mais ricas do mundo. Descubras quais são as outras! Por sinal, veja também quais são as pessoas mais ricas do mundo.

“Nenhuma carteira de investimentos está completa com apenas um produto. É necessário que se faça uma diversificação inteligente, em títulos e fundos de diferentes categorias, sempre respeitando o perfil de investidor do cliente”, afirma o assessor da Moinhos.

“Muitas vezes o gerente precisa bater uma meta e acaba ligando para os seus clientes para ‘empurrar’ um ou outro produto desse tipo, sem se importar com o resultado dele”. completa.

Taxas de Administração

Para os fundos de investimentos, existem as taxas de administração em cima dos recursos aplicados. Sabia disso? Provavelmente não, né.

Afinal, os bancos e seus queridos gerentes não tem o costume de repassar essa informação adiante. E, para mais, essa taxa influencia diretamente na rentabilidade do seu investimento, já que é um custo que incide diretamente no valor aplicado.

Outra situação: acontece também com os fundos de investimentos, que, normalmente, cobram a taxa de performance, ou seja, aquela cobrada quando o fundo alcança um indicador escolhido como parâmetro, o chamado “benchmark”.

O problema é que as instituições não se preocupam em informar sobre essa taxa e como ela funciona.

Previdência Privada

Esse precisa de bastante atenção! Além da taxa de administração, há incidência da taxa de carregamento, que pode enxugar até 5% da sua aplicação.

Na maior parte das vezes, esse investimento não compensa quando é feito corretamente os cálculos. Outra informação: há o abatimento de até 35% nos primeiros anos de investimento, que incide sobre o valor total aplicado e não apenas nos rendimentos.

Aliás, para valer a pena é preciso que o produto se aplique muito bem ao investidor e, por se tratar de um tema bastante complexo, vamos criar um artigo para falar apenas disso. Em breve, continue acompanhando tudo aqui no Blog.

Venda Casada

Isso é proibido, que vocês já fiquem sabendo. Mesmo assim, alguns bancos insistem em praticar tais atitudes.

Funciona assim: é quando você vai comprar um produto e o banco o vincula a outro produto. Isso tem acontecido, por exemplo, quando o cliente faz um empréstimo, que só é concedido caso haja também a compra de um título de capitalização.

Nos investimentos também acontece. O gerente diz que conseguirá uma rentabilidade maior se o cliente fizer um plano de seguro. Se isso acontecer, procure seus direitos. Falaremos mais disso no tópico “Reclamações”, abaixo.

Bancos Menores

Os bancos grandes costumam dizer que os menores não têm garantias. Mas, felizmente, eles têm. Todos os produtos garantidos pelo FGC valem para ambos os bancos, tais como poupança, LCI, LCA, CDB, entre outros.

Fora isso, esses bancos menores, assim como outras assessorias, podem pagar taxas maiores à seus clientes. É comum, por exemplo, que esses bancos oferecem retornos de até 140% do CDI, enquanto que nos grandes o valor não passa de 100%.

Serviço ao consumidor!

E atenção para não ser fraudado (não apenas pelo banco) também por outros usuários, siga algumas instruções: nunca forneça senhas bancárias à ninguém, evite aceitar e-mails de promoções com nome de bancos, confie apenas em sites certificados e verifique se os estabelecimentos tenham certificação PCI DSS para pagamentos à crédito ou débito.

Com informações do Senado, Parmais e Empiricus

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