O melhor investimento financeiro para 2018: renda fixa ou multimercados?

Essa pergunta é boa por vários motivos. Um deles é o fato de a renda fixa e os fundos multimercados foram os 2 principais investimentos financeiros em termos de captação de recursos da indústria no ano.

Até outubro de 2017 foram 242,5 bilhões de reais somados – o que reforça a trajetória positiva do segmento no mercado financeiro. Separados, a renda fixa ficou com a maior representatividade: 92,2 bilhões e os fundos multimercados com 87,7 bilhões.

As informações são da Anbima e no decorrer do artigo vamos falar sobre os tipos variados do mercado de multimercados.

Entre os fundos da renda fixa, os melhores resultados fora daqueles chamados de “baixa duração” e “livre grau de investimento” que captaram 4,4 bilhões e 3,2 bilhões. No multimercado, o “macro” foi o vencedor, com 3,9 bilhões.

Sabe o que isso tudo quer dizer?

Que a escolha das pessoas físicas na hora de investir dinheiro no mercado financeiro tem mudado de perfil – indo para uma alta na captação de fundos. O movimento tem a ver, conforme a Anbima, pela redução do endividamento das famílias.

Mas, há de se considerar que o desempenho também considera as classes altas do varejo (private) que responde a boa parte das aplicações líquidas das rendas fixas e dos multimercados.

Do total de 89,6 bilhões das rendas fixas até setembro, 59,3 bilhões de reais vieram do grupo private, para se ter uma ideia.

A Associação acredita que nos próximos meses, o cenário pela busca pela melhor rentabilidade deverá ser ainda mais desafiador para o investidor devido ao término do ciclo de redução dos juros (conforme Boletim Focus).

Isso vai exigir melhor sintonia na gestão das carteiras para adequar o risco-retorno em um ambiente que prevê juros estáveis em todo ano de 2018.

Mas, qual dos dois é o melhor investimento financeiro para o próximo ano?

Para entender essa pergunta, precisamos saber quais as diferenças entre eles. Então, vamos por partes… Mas, leia com atenção porque este artigo é bastante curto e toda informação é preciosa, confira!

Os Títulos da Renda Fixa

São títulos que pagam, em períodos definidos, uma remuneração pelo empréstimo do dinheiro feito por parte do investidor à um banco ou instituição.

Na prática é bem simples de entender: se você investir 10 mil reais a uma taxa de 2% ao mês, você terá 10,2 mil reais ao final de um mês – isso é a soma do valor investido mais os juros (remuneração).

É o mesmo que acontece quando você faz um empréstimo… Só que do lado inverso. Quando você é investidor, você ganha dinheiro. Quando faz um empréstimo, você paga juros e, obviamente, perde dinheiro.

Daí que a renda fixa é dividida em 2 tipos: pós-fixado e prefixado.

Prefixados são aqueles que a remuneração já é sabida desde o início da aplicação. Um CDB (Certificado de Depósito Bancário) de 360 dias que rende 18%… Vai te pagar os 18%.

Já os pós-fixados funcionam conforme a variação do rendimento, que só é sabida ao final da aplicação financeira. Normalmente, esses títulos pagam um rendimento fixo mais um índice, que é uma taxa de juros variável, como a Selic.

Quanto aos investimentos em si, existem vários: alguns são dos bancos (CDBs, LCIs, LCAs) e outros são públicos (Tesouro Direto). Todos têm vantagens e desvantagens… Se você quer saber a característica de cada um deles, leia nosso e-book gratuito.

Como Investir em Renda Fixa: O Guia Definitivo!

Até aqui, tudo parece “as mil maravilhas”, mas começam as surgir as novas notícias referentes a queda da taxa básica de juros da economia, Selic:

“Lucro da Renda fixa cai”

No final deste ano, a Selic chegou a ficar em 7% – o menor juros da história desde 2015.

Somado à isso, conforme pesquisa da Anbima, as taxas de administração dos fundos de investimentos ficaram mais caras – obviamente, caiu a rentabilidade do investidor.

Caio Vilares é presidente da Associação Brasileira de Planejadores Financeiros (Ancord) e diz que enquanto houver pessoas que paguem essas taxas altas, os bancos continuarão com elas.

“Enquanto existir investidor que tope pagar caro por um produto com pouco valor agregado, o mercado continuará cobrando alto. Na verdade, investir em um fundo de administração passiva de renda fixa não é diferente de ir no site do Tesouro Direto e aplicar”.

Guilherme Macêdo é da Vokin Investimentos e diz que outros produtos do mercado vão começar a aparecer de forma mais rentável, como os fundos da renda variável.

E aí que surgem os fundos multimercados!

Os Fundos de Investimentos (Multimercados)

Antes de falar dos fundos multimercados, entenda que um fundo de investimento é formado por ativos diferentes e que são gerenciados por gestoras (que pode ser um banco). Essa carteira de ativos é que forma um fundo.

Ele pode ser agressivo (com a inclusão de ações) ou conservadores (com ativos da renda fixa). Ele tem taxas de administração, períodos para resgate e rentabilidades diferentes… Dependendo da característica de cada um.

Existem vários tipos de fundos de investimentos, entre eles, os multimercados. Confira brevemente cada um deles!

Fundos referenciados

Acompanham um índice de referência e mantém 95% da carteira composta por ativos deste indicador. O mais popular é o DI, que acompanha a taxa CDI (Certificado de Depósito Interbancário).

Fundos de Renda Fixa

São os mais populares do Brasil e representam quase 1/3 de todo patrimônio desta modalidade. Eles têm 80% da carteira formada pelos títulos públicos ou privados da renda fixa.

Fundos Multimercados

É a união entre a renda fixa e a renda variável – essa é a ideia. O gestor tem a liberdade de investir em ativos diferentes dos mercados de renda fixa e variável. Neste caso, ele pode ser agressivo ou conservador, dependendo da escolha da gestora.

Fundos de Ações

É uma carteira composta na maior parte por ações. Na real, um fundo pode aplicar até 67% na bolsa de valores. Alguns deles também acompanham índices do mercado acionário, como o Ibovespa ou o IBX.

A atenção que se precisa ter em todo fundo de investimento é quanto à sua taxa de administração – quanto maior ela for, menor será seu lucro. O ideal, dizem os especialistas, é que ela nunca passe de 1% ao ano.

O que pensar na hora de escolher entre a renda fixa e um fundo multimercado?

Existem vários itens que precisam estar bem definidos na hora de escolher um investimento financeiro. Nós listamos alguns tópicos, citando os principais deles, leia agora!

Dinheiro disponível

Saber quanto de dinheiro você tem disponível para começar a aplicação financeira é importante. Em alguns investimentos da renda fixa, você pode começar com 30 reais (tesouro direto) e ir até os 20 mil reais (letras de crédito), por exemplo.

No fundo multimercado os valores também são variáveis.

Prazo para resgate

Considerar o prazo para resgate também é importante. Oras, você vai resgatar o seu recurso no mês que vem ou só daqui há 10 anos?

Conhecer o perfil para investimentos

Não restam dúvidas de que há uma boa diferença entre a renda fixa (totalmente conservadora) e um fundo multimercado (de moderado à agressivo).

Portanto, se você está disposto a encarar o mercado, vai pelo multimercado. Mas, se quer apenas vencer a inflação e ter a valorização do dinheiro, melhor começar na renda fixa.

https://youtu.be/eIuD7qxmu94

Por fim: renda fixa ou fundo multimercado?

Na real, não há como te dizer qual é o melhor investimento para 2018 se não conhecermos o seu perfil investidor e os seus objetivos financeiros. A resposta pode ser uma ou outra… Tudo vai depender de você.

“Os multimercados são muito diversos, mas, grosso modo, todos foram na direção de que o cenário para o Brasil tende a melhorar bastante. Alguns deles focam em títulos prefixados, outros usam aplicações em Bolsa e aposta no fortalecimento real”, diz Murilo Robotton.

O que se sabe é que há um Projeto de Lei (3648/15) que quer congelar as taxas de administração para 1% e isso daria uma vantagem enorme para os fundos multimercados.

Só que nem isso vai dizer que esses fundos são mais vantajosos se você ainda não tiver definido o seu objetivo… A resposta existe, mas depende de você.

E aí, para você, pensando no futuro curto: qual é o melhor investimento para 2018?

Bônus – os tipos de fundos multimercados

A Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) divide os fundos multimercados em alguns tipos. Confira!

Macro

É composto por diversas classes de ativos e tem a estratégia baseada na antecipação dos movimentos macroeconômicos que determinam os preços futuros dos ativos.

As posições são todas de longo prazo.

Multiestratégia

Também aplica em diversas classes, mas é focado sem que haja um compromisso particular. As decisões acontecem após uma profunda análise global de risco retorno, considerando o ambiente macroeconômico.

Multigestor

Para diversas classes e é feito em mais de um fundo, geridos por diferentes gestores. O objetivo é dar maior especialização na gestão e fortalecer o retorno positivo.

Trading

É para várias classes de ativos e buscam a oportunidade de ganhos originados de movimentos do curto prazo nos preços dos ativos.

Long&Short (Direcional)

É voltado para a renda variável e a estratégia é montar posições compradas e vendidas simultaneamente.

A ideia é vender primeiro para compra-las quando os preços caírem, gerando lucro.

Long&Short (Neutro)

É da renda variável e há posições compradas e vendidas, como no tópico anterior.

A diferença é que o objetivo é garantir a exposição neutra ao mercado, com uma operação mais cautelosa.

Juros e moeda

É para diversas classes e ligada ao longo prazo na renda fixa, atreladas aos juros, índices de preços e a moeda estrangeira.

Estratégia Específica

É para diversas classes e fica focado no desenvolvimento de estratégias ligadas aos riscos específicos, como os índices ou as commodities.

Balanceados

Sem alavancagem, mas para vários ativos. É para o longo prazo e busca os investimentos diversificados e os deslocamentos táticos entre os inúmeros ativos.

Há outros tipos de fundos multimercados… Citamos alguns para vocês entenderem a complexidade e a gama de opções que existe no mercado financeiro!

Os Multimercados em 2016

É claro que em 2016, a taxa de juros era diferente (bem mais alta). Só que ainda não temos todos os números de 2017 (mesmo porque o ano não acabou). Logo, vamos usar os dados de 2016 apenas para que você entenda quanto pode render esses fundos multimercados.

Mas, esses são números de 2016, ok? Não de 2017 – fique atento nisto!

Rentabilidade média anual de cada tipo:

  • Multimercado balanceados – 12,39%
  • Multimercado Long and Short Neutro – 18,4%
  • Multimercado macro – 16,5%
  • Multimercado livre – 12,42%

Confira agora os 7 melhores fundos multimercados de 2016!

  • XP Long Biased FICFI Mult – 84,40%
  • Opportunity Midi FC de FI Mult – 31,60%
  • JGP Equity FICFI Mult – 31,40%
  • Kapitalo Zeta FC de FI Mult – 31,20%
  • Sparta Ciclico FI Mult – 30,00%
  • Solana Absoluto FC FI Mult – 29,30%
  • Vic Brazilian B. FI M. Cred. Priv. – 26,80%

O Melhor Investimento Financeiro

Na opinião de todos os analistas, o melhor investimento financeiro é aquele que está de acordo com o perfil de quem está investindo. Se quiser um ativo que tenha melhor rendimento, vai ter que optar pelos mais arriscados. Se tem um longo prazo para investir, pode pensar em algo mais conservador.

“É importante conhecer o histórico de rentabilidade e de volatilidade”, afirma Puga.

“Um fundo que rende muito, mas apresenta uma volatilidade alta, significa que ele corre maior risco. Se você tiver que escolher entre dois fundos com perfis de investimento e rentabilidade parecidos, dê preferência ao que tenha menor volatilidade”, aconselha o analista.

Para ele, o dinheiro guardado para fins emergenciais – chamados Fundo de Emergência – tem que ser aplicados em Fundos DI ou Tesouro Selic, que mesmo com a queda dos juros fará com que o investidor mantenha o seu patrimônio.

A ideia é reservar o dinheiro para imprevistos ou pagamentos de despesas programadas para os meses futuros.

Porém, todo fundo de investimento precisa ter uma atenção redobrada quanto à sua Taxa de Administração – se for maior do que 1% ao ano, melhor escolher outra. E, se observarmos a tendência da queda dos juros, a taxa de administração também terá que ser menor para não correr os ganhos.

Conforme estudo da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), considerando uma Selic em 11,25% – como estava no início do ano – e um investimento com taxa de 2,5% ao ano, então, a poupança renderia mais do que o fundo.

Para todos os casos que a taxa é menor do que isso, então, os fundos compensam.

Da redação com informações da Anbima

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