Para saber se a previdência privada vale a pena você tem que ler isto agora

A notícia mais importante dos últimos meses é a reforma da previdência. Só que os analistas dessa área diz que a “previdência vai crescer mesmo sem reforma”. Agora, será que isso quer dizer que a previdência privada vale a pena?

“Neste momento em que a procura pela previdência vem crescendo, temos de fomentar nosso canal de venda e investir em campanhas para aumentar ainda mais esse interesse”.

A frase é da Fernanda Pasquarelli, que é diretora da Porto Seguro.

O fato é que, ao que tudo indica, essa reforma não será aprovada nos próximos dias e deve ser prorrogada para um futuro [talvez distante].

Ainda assim, para os bancos varejistas e para as seguradoras que vendem tais produtos de longo prazo, o crescimento da busca desses produtos tem importância mesmo sem a aprovação.

“O mercado de previdência privada tem crescido muito nos últimos anos, mas a impressão que se tem é que isso não tem relação com as questões políticas em torno da reforma”, diz Gilvan da Silva, da FGV.

Para ele, essa procura tem a ver com a insegurança da população.

“As pessoas estão mais preventivas por causa da incerteza sobre o sistema previdenciário, por isso vão buscar a segurança do plano privado”.

E, muito, além disso, o que se sabe é que com as regras mais flexíveis desses planos de previdência, as pessoas começaram a se interessar mais pelo assunto.

Regras mais flexíveis

Em setembro de 2017, o Conselho Nacional de Seguros Privados aprovou novas regras que possibilitam aos fundos de previdência privada que invistam até 100% dos recursos em ações.

Só que essa flexibilidade beneficiou [e muito] os agentes previdenciários, que agora podem cobrar também a taxa de performance, além da administrativa [vamos falar mais sobre taxas posteriormente].

Para os consumidores, a maior mudança é o fato de que ele vai poder receber os recursos da forma que desejar, ao longo dos anos ou de forma vitalícia.

Com isso, vale se orientar ainda pelo fato de que “o produto previdência privada nada mais é do que um fundo de investimentos com particularidades no que tange tributação e sucessão”, diz Daniel Sena, do Grupo Vermont.

“Assim, quem quer poupar para o seu futuro não tem que fazer isso necessariamente via previdência privada”, diz.

Ele fala isso ao citar o tesouro direto, que é uma ótima maneira de guardar dinheiro, de maneira conservadora, segura e rentável.

Previdência Privada ou Tesouro Direto?

Fernando Meibak é especialista no assunto e diz que a melhor maneira de poupar dinheiro para o futuro é adquirindo títulos do Tesouro Nacional, por ser o investimento de menor riscoda economia atual.

“Se capaz de aplicar pequenos valores mensais não é empecilho para você investir no Tesouro direto, sistema de compra de títulos públicos que aceita valores a partir de 30 reais”.

Ele também fala do baixo custo porque nos planos de previdência privada, as taxas cobradas são altas, além de serem somadas a taxa de carregamento, de administração e outras.

“O que afeta a rentabilidade do investimento no longo prazo e geralmente torna este produto menos vantajoso do que aplicações feitas pelo programa”.

No Tesouro Direto, vale lembrar a taxa cobrada é de 0,30% ao ano – sobre o valor dos títulos pela custódia dos valores.

Também há um valor por cada negociação feita, mas as corretoras nem costumam cobrar isso.

Para o especialista, a recomendação é o Tesouro IPCA+, que paga uma taxa de juro prefixada mais a inflação (conforme variação no período).

5 comparações entre o Tesouro Direto e a Previdência Privada

Separamos 5 comparações para mostrar as vantagens e desvantagens dessas 2 formas de aplicar dinheiro pensando no longo prazo, confira!

1 – Rendimento

Nem há muito que falar… O rendimento do tesouro é bem melhor.

Isso acontece porque as taxas de administração das previdências são altas, sempre acima de 0,5%… Enquanto no tesouro é apenas 0,3%.

Os pequenos investidores são os que mais sofrem com as taxas altas. Imagine um deposito de 100 reais… Essa pequena porcentagem faz muita diferença, sim.

Além disso, os títulos públicos têm rendimentos atrelados a Selic (juros), ao IPCA (inflação) ou ser prefixado.

Já na previdência privada, o rendimento é variável porque aplica em juros, câmbio e bolsa – o que dificulta a comparação, além de tudo.

2 – Tributos

A alíquota do imposto de renda acontece de forma regressiva e incide sobre os rendimentos.

No caso da previdência, a diferença é que ela pode ser feita de duas formas: a regressiva ou a progressiva.

Na prática, funciona assim: no VGBL o imposto é sobre os rendimentos e no PGBL é sobre o valor total acumulado.

Não há vantagens ou desvantagens, tudo vai depender de como o investidor faz a sua declaração do IR.

3 – Sucessão

Essa talvez seja o único ponto no qual a previdência leva vantagem sobre o tesouro.

Quando o segurado morre, a sucessão é dos beneficiários e isso não entra em inventário. No caso dos títulos públicos não há esse benefício.

4 – Portabilidade

Não que isso seja uma vantagem, mas na previdência privada é possível fazer a portabilidade para outras aplicações – para outros fundos sem que se perca o prazo relativo do IR.

Isso tem acontecido de forma constante quando os investidores percebem que o rendimento da previdência não é dos melhores.

No caso do tesouro, não há essa portabilidade, mesmo porque ela nunca tornou-se necessária.

5 – Formas de Investir

Os dois têm formas diferentes de investir dinheiro.

No caso do tesouro, tudo é preciso ser feito pelo site da Bovespa.

Só que aí basta ter uma corretora de valores, um banco ou mesmo uma instituição financeira.

Até o Nubank tem feito investimentos n tesouro.

No caso da previdência, ela pode ser conseguida em bancos e instituições financeiras. Algumas empresas optam por fazer isso de forma automática – neste caso, é preciso analisar com cuidado: os custos, rendimentos, valores.

Os números das previdências privadas

Hoje o Brasil tem 13 milhões de pessoas com planos de previdência privada.

Calma que isso não quer dizer que a previdência privada vale a pena.

Na real, conforme a FenaPrevi (Federação Nacional de Previdência Privada), os números são positivos: aumento de 7% nas contribuições no último ano.

Para Gilvan Candido, que é da Fundação Getúlio Vargas (FGV), a previdência privada vale a pena para quem não quer depender apenas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).

“Isso permite que a pessoa tenha uma renda mais adequada na velhice. Se a ideia é essa, a previdência privada vale a pena e você pode começar a investir o quanto antes”.

previdência privada vale a pena

Quanto é possível acumular na previdência privada?

Bom, existem várias formas de simular a previdência privada.

Por exemplo, uma pessoa de 30 anos que declara o IR (Imposto de Renda) de forma simples, pode investir apenas 100 reais por mês e resgatar 135 mil reais aos 60 anos.

Isso considerando uma taxa de rentabilidade de 8% ao ano.

Aí, quando for resgatar, já pensando na aposentadoria, ela poderia optar por:

  • 60 recebimentos de 2,4 mil reais,
  • 120 recebimentos de 1,3 mil reais,
  • 180 recebimentos de 980 reais,
  • Ou uma renda vitalícia de 630 reais.

Outra simulação é a de uma pessoa de 40 anos que declara o IR de forma simples também, mas pode investir 200 reais por mês.

Então, aos 60 anos, com o mesmo rendimento, ele poderia ter um total de 110 mil reais acumulados.

Sendo um possível recebimento:

  • 60 recebimentos de 2 mil reais,
  • 120 recebimentos de 1,1 mil reais,
  • 180 recebimentos de 815 reais,
  • Ou uma renda vitalícia de 552 reais.

Agora, uma última simulação é de uma pessoa com 18 anos, na fase jovem, que pode poupar apenas 60 por mês.

Então, ao chegar à velhice dos 60 anos, o valor total seria de quase 220 mil reais.

E o resgate poderia ser:

  • 60 recebimentos de 4 mil reais,
  • 120 recebimentos de 2,1 mil reais,
  • 180 recebimentos de 1,5 mil reais,
  • Ou uma renda vitalícia de 1 mil reais.

Note que todos esses números foram simulados e podem ser alternados. A saída é fazer novas simulações sempre que possível, inclusive, junto à um especialista.

E agora, acha que a previdência privada vale a pena?

Antes de responder, melhor você ler o tópico abaixo!

O que é preciso saber antes de contratar uma previdência privada?

Existem muitas informações que você tem que conhecer antes de fazer essa escolha.

Uma delas é quanto a taxa, aliás, as taxas.

Elas são de: carregamento, administração, corretagem, etc.

Confira mais informações importantes que você tem que conhecer.

Separamos alguns tópicos que aconselham você a não investir em previdência.

Confira os motivos e pode discordar se você achar que vale a pena!

Taxa de Administração

A maioria dos fundos de capital inicial baixo cobram taxas altas.

Essa informação é da consultoria NetQuant, especializada em previdência, que, através de uma pesquisa, mostrou que a média das previdências no Brasil é de 2,85% ao ano.

Para se ter ideia, essa é uma taxa mais alta do que a média dos fundos de renda fixa comuns, que, no varejo, é de 2,39% ao ano.

Então, já podemos concluir que a previdência não compensa? Depende.

Se você é um cliente de alta renda, com certeza, vai ter uma taxa menor, o que pode fazer vale a pena.

Com seguradoras, por exemplo, é possível conseguir taxas de 1,5% ao ano.

Uma opção é apostar nas Rendas Fixas com taxas que não ultrapassem 1% ao ano e, dependendo dos rendimentos, uma taxa de 1,5% ao ano também torna-se aceitável.

Taxa de Carregamento

É uma taxa adicional dos fundos de previdência e, a cada aporte, ela é cobrada.

Em números, é assim: se você investe 100 reais e a taxa de carregamento é de 1%, apenas 99 reais serão, de fato, investidos.

A notícia boa é que existem alguns fundos que isentam essa taxa e outros bancos, de grande porte, oferecem essa taxa, mas de maneira regressiva, ou seja, com o tempo, ela pode chegar à zero.

Falsas Simulações

Sabe aquela simulação que fizemos lá no começo do texto? Então, as vezes, ela pode ser irrealista, surreal.

Isso acontece porque, muitas vezes, o seu gerente não levará em consideração a inflação do período (ainda mais se for longo) e ele pode usar, para tal, um juros baixos, que é o que não acontece, de fato.

Se você quer fazer uma simulação real, o indicado é usar algo em torno de 2 ou 3% ao ano.

Com a atual Selic a 8% ao ano, e com a tendência de que os rendimentos reais dos fundos caiam, devemos considerar ainda que os fundos de previdência tornem-se ainda mais modestos.

Investimento Conservador

Ainda se formos pensar em longo prazo, o investidor tem a opção de pensar em investimentos menos conservadores, tais como aqueles que tem uma porcentagem voltada para a renda variável e fazem esse percentual regredir à medida que o tempo passa.

Imposto de Renda

Na Previdência, a modalidade do PGBL permite que se abata o valor das aplicações em um valor de 12% da renda tributável, já o VGBL não permite o mesmo.

Assim, o PGBL só vale para quem faz a declaração completa do Imposto de Renda.

Vamos ser didáticos: quem fizer o PGBL e usar a declaração simples do IR, vai pagar o IR duas vezes.

De forma geral…

“As taxas são elevadas e os benefícios fiscais, muitas vezes, não compensam. A maioria dos planos que valem a pena são aqueles que tem contrapartida da empresa”.

“Evidentemente, as pessoas precisam se preocupar com a aposentadoria, mas isso não significa fazer o plano da Previdência”.

A frase acima é do professor de finanças Samy Dana.

Outras opções de investimentos para o longo prazo

Por ser um objetivo de longo prazo, a aposentadoria aceita praticamente todos os tipos de aplicações financeiras, desde a renda fixa até a variável.

Selecionamos algumas delas, com exceção do Tesouro Direto e da Previdência Privada, ambas já citadas neste artigo.

Considere que estamos apenas citando e não dizendo qual é a melhor, ok?

Debêntures

São papéis emitidos pelas empresas para financiar investimentos, geralmente, da construção civil.

Para atrair os investidores, a rentabilidade costuma ser alta (acima da poupança e do tesouro, por exemplo).

Além disso, é muito aconselhável para a aposentadoria porque tem prazos longos.

A desvantagem, porém, é o fato de que o investidor fica “impossibilitado” de vender antes do vencimento – perdendo o que é chamado de liquidez.

O custo tem a ver com o imposto de renda e segue a tabela regressiva. Mas, todas as debêntures que são de infraestrutura tem a isenção do IR – o que maximiza o rendimento.

Imóveis

São casas, apartamentos, terrenos, empreendimentos… Comprados com o objetivo do lucro – ganhar dinheiro.

A vantagem é que é um patrimônio líquido e sólido – o que aparenta dar segurança ao investidor.

Mas, a desvantagem pode acontecer na hora da venda e com as desvalorizações dos valores, inclusive, do aluguel.

O aluguel, inclusive, costuma ter rendimento igual da poupança (0,5%).

Além disso, os custos são altos porque envolvem taxas de cartórios, juros dos bancos (em caso de financiamentos), Imposto de Renda e outros.

CDB (Certificado de Depósito Bancário)

São títulos emitidos pelos bancos e tem rentabilidade maior do que a da poupança. Também tem a garantia do FGC e costuma ser fácil de vender – sendo que o próprio banco faz a compra.

A desvantagem, porém, é quando há o risco de calote (mas que é mitigado pelo FGC).

E, com o cenário de queda de juros, o rendimento pode ficar abaixo do esperado, sendo recomendado apenas os ativos para o longo prazo, acima de 5 anos.

Há a incidência do imposto de renda.

LCI (Letra de Crédito Imobiliário) ou LCA (Letra de Crédito do Agronegócio)

São títulos emitidos pelos bancos e que tem lastro no crédito imobiliário e rural.

A rentabilidade é alta se comparado com os ativos citados e a garantia também é do FGC.

A rentabilidade cai em cenário de queda de juros, o que é uma desvantagem. E, além disso, os valores iniciais costumam ser altos, a partir de 20 mil reais para começar a investir.

É isento de imposto de renda.

Fundos de Renda Fixa

São títulos públicos e de empresas, mesclados.

A vantagem é que o investidor não precisa fazer a escolha individualmente, já que um gestor do fundo faz toda a gestão.

Além disso, há a facilidade para vender o título e os prazos não são um problema.

Por outro lado, as taxas de administração costumam ser elevadas e isso pode corroer os ganhos do investidor.

Além do mais, não há garantias do FGC.

E há incidência do IR.

Fundos de Ações

São fundos que compram ações de empresas na bolsa de valores.

Eles também têm um gestor ativo que fazem a carteira render mais através do estudo dos índices de referência do mercado – logo, o investidor não tem tarefas mais difíceis a não ser optar pelo fundo.

Do lado ruim, a renda variável não permite ter uma renda fixa, portanto, pode haver perdas.

Em se tratando de aposentadoria, os especialistas comentam que quanto mais perto desse prazo o investidor está, menos exposto ao risco ele deve ficar.

Essa é uma dica.

Nos fundos de ações há o imposto de renda sobre o ganho, além da taxa de administração, de performance, de entrada e de saída.

Fundos Imobiliários

São fundos que compram imóveis e terrenos.

É uma forma de investir no mercado imobiliário – e é muito mais barato do que comprar um imóvel. Alguns desses fundos pagam rendimentos mensais.

O lado negativo é que as cotas são negociadas na Bolsa de Valores, logo, podem variar também, como toda renda variável.

O ideal é ter uma carteira que diversifique o risco.

O imposto de renda é sobre o ganho também.

Fundos Multimercados

São opções que investem tanto na renda fixa quanto na variável, incluindo, as moedas.

Isso ajuda no investidor a diversificar seus investimentos e pode ter boas rentabilidades – maior do que as opções conservadoras.

A desvantagem é que pode oscilar entre ganho e perda – e não é indicada, portanto, para quem não tem sangue frio, como se diz.

Além disso, há taxas de desempenho e administração elevadas do que outros fundos.

Há a incidência do imposto de renda e taxas.

Ações

São parte do capital das empresas e são negociadas na bolsa de valores.

Elas podem render mais do que os fundos de ações, conforme o papel e as perspectivas da economia no país.

A desvantagem é que podem variar e ter dificuldades na hora da venda.

Tem custo de operação de compra e venda e do imposto de renda também, além da corretagem.

Bônus – Previdência Privada do Santander – vale a pena investir?

Caros, sentimos muito lhes informar, mas acredite: investir na previdência privada do Santander é como investir em qualquer outra previdência – não vale a pena, nem mesmo para o longo prazo.

E vamos te explicar, detalhadamente, o porquê.

O primeiro ponto que queremos destacar é justamente a simulação que é feita pelos bancos.

Essa simulação é real. Ela sempre joga valores lá em cima para dar a impressão de serem vantajosas, mas não são.

Olha, investir apenas 280 reais por mês e ter um patrimônio de 500 mil reais é ótimo, não é? Se fosse assim mesmo, todo mundo faria um plano nessa previdência.

Só que esse valor está distorcido.

Essa é a maior pegadinha dos bancos quando falam em previdência privada.

Isso porque eles não deixam claro qual taxa usam: será que é a taxa real ou a nominal?

Há uma diferença muito grande entre elas.

É tão importante que você nunca sabe o real valor que terá nas mãos.

De fato, a taxa nominal sempre vai fazer um investimento apresentar valores irrisórios, mesmo porque daqui 40 anos você não sabe se a aplicação vai poder garantir o seu poder de compra.

Ou seja, os 500 mil reais daqui 40 anos não valerão os mesmos 500 mil reais que valem hoje.

Além disso, os bancos cobram taxas de carregamento e de administração, que corroem todo investimento financeiro que você fez achando que era positivo.

Se você quer mesmo investir na Previdência Privada do Santander, fale abertamente com o seu gerente e pergunte tudo isso. Saiba os mínimos detalhes.

Existem informações que estão escondidas, só que não deveriam ser desconsideradas.

Para conhecer todas essas informações, leia o artigo na íntegra: Previdência Privada do Santander!

Com informações da EM e Extra

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