Se os seus planos não estão dando certo é porque você não reconheceu o inimigo

O que você leva em conta durante a construção do seu planejamento pessoal? Existem muitos pontos é verdade. Mas, se você é caprichoso e organizado tende a ter um bom controle das finanças, certo?

Mas, e quando mesmo assim os resultados não aparecem como você queria, o que será que está havendo? Saiba que muitas vezes a gente esbarra em um inimigo íntimo, sem que nos demos conta.

O motivo é que ele é silencioso e nem parece ser assim um “inimigo”. Neste conteúdo você vai ver como é possível ver nas entrelinhas e saber o que pode estar atrapalhando o seu melhor resultado neste ano!

Quem é esse inimigo?

Pense em quantas vezes você deixou de para mais tarde uma atividade que embora precisasse ser feita, não era nada prazerosa para você.

Ah, sim sim sim. Não adianta virar a cara. Todo mundo já passou por isso um dia. Seja no trabalho ou em casa mesmo. Quer ver? Aquele sábado da faxina, que você fingiu dormir até mais tarde, lembra?

O importante é saber que há casos que deixamos tanto para depois que acabamos simplesmente nos esquecendo dessas obrigações. Só que esse “esquecimento” não é bem um esquecimento, né.

Em geral, as pessoas não querem deixar de executar determinada tarefa de forma deliberada, mas isso ocorre por falta de disciplina e organização.

Mas será que é só isso? Não é não. Você esquece porque quer esquecer. E a ciência já afirmou e mostrou várias vezes que o esquecimento de atividades consideradas chatas é uma armadilha criada por nosso próprio cérebro.

Em resumo, o cérebro prega peças nas pessoas porque ele reflete nosso desejo constante por atividades que nos dão prazer.

O cérebro é quem manda, jovem!

As pessoas, ao menos na teoria, tem consciência de que lidar bem com crédito, dívidas e investimentos é determinante para uma boa administração das finanças.

Elas têm sim essa consciência. Você tem, a gente tem, todo mundo tem. Todo mundo sabe que é preciso estudar e lidar bem esses assuntos para não ter problemas financeiros.

Só que…

Mas, essa consciência de nada adianta, na maioria dos casos.

A razão é muito simples: essas atividades não estão diretamente associadas ao prazer. E, aí, como é o cérebro que manda, a gente acaba deixando isso para lá, para mais tarde, para depois.

E adivinha o que acontece? O tal do esquecimento!

Na prática, todo ser humano tem resistência, alguns mais do que outros, para dedicar tempo a melhorias na administração do dinheiro.

O esquecimento na área financeira

Trouxemos para cá, agora, alguns exemplos de como o nosso cérebro influencia nas decisões importantes de nossas vidas. Bora ver a realidade por trás da máscara?

Você já leu cuidadosamente o contrato do seu plano de telefone celular ou o contrato de financiamento do seu automóvel?

Pode ser que você seja como muitas pessoas, que recorrem a uma velha desculpa: “Esses contratos são padrão”. Você já fez isso, não é?

O problema é que com isso a maioria acaba desconsiderando aquelas letrinhas miúdas que normalmente contêm informações relevantes do contrato. E aí acontece o erro, logicamente.

A lógica vale também para a negligência em relação a materiais importantes de estudo. Alguns até chegam a comprar um livro sobre finanças, mas não passam do primeiro capítulo. Outros concluem a leitura, mas não colocam os ensinamentos em prática. E assim vai!

Essa fuga das atividades que não despertam uma sensação de prazer empurra as pessoas para o polo oposto. É como mirar para um lado e andar de costas, sabe?

Nosso cérebro nos incentiva a buscar o prazer a cada momento com atividade que propiciam aquele sensação agradável.

Exemplo de ouro: a loteria!

Aqui vale citar um exemplo excelente relacionado ao dinheiro: porque será que tanta gente acompanha e estuda a loteria?

Você já deve ter se deparado com  pessoas que são verdadeiros experts no assunto da loteria e conhecem até mesmo as dezenas mais sorteadas e acreditam que podem aumentar suas chances de conquistar o tão sonhado prêmio.

Sempre tem pessoas assim em todo lugar do país.

O mais incrível é que tem muitos têm na ponta da língua as probabilidades de ganho dos diferentes jogos da mega sena, por exemplo.

E mesmo diante das chances íntimas que a matemática aponta, a fé inabalável se mantém no sorteio seguinte. Sempre no sorteio seguinte, né.

Por mais contraditório que possa parecer, esse comportamento se explica também por um aspecto mental: A loteria gera uma sensação de prazer nas pessoas.

É um gasto que não chega a comprometer o orçamento financeiro (ao menos, inicialmente) e traz esperança de um ganho quase inimaginável por outra vias. É o caminho mais curto, ainda que a chances sejam quase nulas.

O que a ciência diz?

A ciência ajuda a gente a compreender o comportamento humano na relação com o dinheiro.

Isso quer dizer que essa propensão do cérebro a buscar prazer a qualquer custo é amplamente estudada na psicologia econômica.

Está provado pela ciência que atividade relacionada a compra e consumo geram uma ideia de recompensa que a nossa mente está sempre a procura.

Por outro lado, o controle dos gastos e o desenho de um planejamento financeiro está associado a ideia de privação ao sofrimento e a lembrança de um grande rombo que poderíamos ter mais a frente.

Esses sentimentos negativos são vistos pelo nosso cérebro com uma ameaça e, por isso, ele nos protege deles. Sim, a culpa é do seu cérebro.

O lado bom é que você mesmo pode mudar a chave dele, né.

Mesmo porque essa ideia de proteção é falsa e compromete o futuro de muitas famílias.

Comece a entender, de verdade, que o planejamento financeiro envolve algumas privações e ninguém é bobo de dizer o contrário. No entanto, o resultado a ser colhido mais a frente é extremamente recompensador – exatamente como uma compra e um consumo.

Há uma analogia que ilustra bem a reflexão que fizemos aqui.

Os castelinhos de areia

Imagine aqueles castelinhos de areia que as crianças adoram construir na beira da praia. Imaginou?

Quando o assunto é projeto de futuro e planejamento financeiro, a maioria dos brasileiros constrói o seu castelo de areia em uma parte da praia que o mar atinge de tempos em tempos.

Ou seja, os seus planos vão, literalmente, por água abaixo – e de maneira cíclica.

A orientação é que você pare de construir o seu castelinho de areia tão perto do mar e busque uma área mais segura.

Vai dar mais trabalho? Vai porque você precisará de estratégia para conseguir a água e a areia úmida.

Só que somente assim o seu castelo terá solidez para superar as tormentas e garantir que os planos de longo prazo se concretizem.

Não há posts para exibir