10 motivos para investir na bolsa de valores norte-americana

No início de outubro deste ano, o consulado norte-americano em São Paulo afirmou que a procura por investimentos no país cresceu quase 90% em 5 anos. Entre os vários tipos de investimentos, está a bolsa de valores norte-americana.

Antes de falar sobre esse mercado acionário americano, vamos entender um pouco mais sobre o país mais economicamente ativo do mundo.

Os investimentos nos Estados Unidos

Os Estados Unidos tem uma economia estável perante o mundo e, por isso, sempre é visto como uma opção para quem quer ganhar dinheiro ou simplesmente proteger o patrimônio.

Roberto Spighel é CEO da Morar EUA e diz que os ativos estrangeiros podem representar ganhos em dólares (uma moeda super valorizada frente ao real).

“Ter domínio do idioma e entender as leis são pontos fundamentais para o sucesso de qualquer empreendimento nos EUA. O montante aplicado naquele mercado parte dos quatro cantos do mundo e no Brasil tem sido cada vez mais comum”.

A procura dos brasileiros pelos ativos americanos é comprovada também nos dados da Receita Federal – entre 2014 e 2016 foram registrados um aumento de mais de 80% no número de “declarações de saída definitiva do país”.

Ao todo foram 55 mil declarações em 2016 – um número bem superior quando comparado ao período de 2011 a 2013.

As possibilidades são várias, mas destacam-se 3: imóveis, ações e franquias de alimentação. “Temos muitos brasileiros investindo no mercado imobiliário, principalmente em Orlando. Mas, isso é muito mais cultural do que lucrativo”.

A bolsa de valores norte-americana é que é bem atrativa.

Para Spighel, há muitos ativos e os custos de operação são bem menores do que no Brasil. A diferença acontece quando se compara é que nos Estados Unidos a bolsa não fecha o que representa ganhos maiores nas transações.

“As franquias de alimentação são uma ótima alternativa, mas a cidade em que se abrirá o negócio é fundamental para o bom andamento. As cidades no sul da Flórida são ótimas, pois possuem certa familiaridade com a cultura brasileira”.

Atenção ao Visto

O visto é o documento que regulariza a situação do estrangeiro e existem vários tipos, conforme os setores, L-1, E-2 e o EB-5.

  • Basicamente, o L-1 é destinado aos executivos transferidos para os EUA.
  • O L-2 permite que o investidor monte uma empresa e resida por lá até 5 anos.
  • O EB-5 é para quem investe acima de 500 mil dólares.

“Independente do negócio escolhido, qualquer tipo de empreendimento deve ser acompanhado por consultorias e profissionais competentes”.

Os produtos financeiros disponíveis nos Estados Unidos

O mercado americano tem uma variedade de ativos disponíveis. Os mais famosos são: o fundo imobiliário (REIT’s), Ações, ETFs e Bonds… Já falamos um pouco disso, mas vamos reforçar.

Os fundos imobiliários (Investment Trust) são como os brasileiros – o gestor investe a maior parte do patrimônio em imóveis e títulos relacionados, distribuindo a parte dos lucros aos acionistas e tudo acontece na bolsa de valores.

Os REITs são divididos em 3 tipos: compra dos imóveis para alugar, hipoteca para ganhar com juros sobre empréstimos e a mistura de ambos, os REITs híbridos.

Já as ações acontecem quando empresas são negociadas na bolsa de valores de lá. É possível investir em 5 bolsas de valores diferentes.

Os ETFs (exchanged traded funds) são cotas negociadas na bolsa e separadas por setor, índice ou commodities.

Uma ETF de tecnologia contem ações de fabricantes de celulares, desenvolvedores de softwares e provedores de rede em todo mundo.

O Bond é como se fossem dívidas emitidas pelo governo. As taxas pagar lá são menores do que as pagas por aqui… Porém, a inflação americana é bem mais baixa, o que faz com que o rendimento seja parecido.

A Bolsa de Valores norte-americana em 2017

Neste ano, a bolsa de valores norte-americana bateu vários recordes… Recentemente, rompeu o topo histórico e deixou a vista uma tendência de alta para o próximo ano.

Mesmo com a eleição de Donaldo Trump!

Ainda assim, a economia apontou crescimento acima da estimativa, com uma taxa de juros que ficou atrativa para muitos investidores – ainda mais os brasileiros.

Hoje em dia o mercado financeiro dos Estados Unidos acontece de forma simplificada – com poucos cliques e de forma segura, você pode estar incluso na maior economia do mundo.

Por exemplo, hoje já é possível investir no S&P 500 daqui do Brasil. Esse é o índice de ações mais importantes dos EUA e é composto pelas 500 empresas mais significativas da economia americana (Apple, Google, Disney, Nike, etc).

Entenda, porém, que investir no S&P 500 é diferente de comprar uma ação. Essa é apenas uma forma de investir nos EUA e aumentar o potencial de retorno da sua carteira de investimentos.

Ah, e se você tem dúvidas de que investir na bolsa de valores norte-americana realmente vale a pena, considere algumas informações:

  • Das 50 marcas mais valiosas do mundo, 27 são dos EUA,
  • OS EUA responde a 1/3 das exportações mundiais,
  • O PIB norte-americano subiu 4% nos últimos meses,
  • O consumo norte-americano é de 5 trilhões de dólares,
  • A alta do dólar multiplica os rendimentos dos investidores de lá.

Como comprar ações na bolsa de valores norte-americana?

A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) permite a emissão dos chamados BDRs (Brazilian Depositary Receipts), que são recibos de ações de empresas estrangeiras.

A lista completa de BDRs está no site da B3 – Bolsa de Valores do Brasil.

Esses certificados representam os valores mobiliários de companhias abertas com sede no exterior e são divididos entre os patrocinados e os não patrocinados – enquanto uns a negociação acontece pela própria empresa, no outro o banco e corretoras comercializam.

Um problema é que a CVM restringe a compra direta dos títulos para os “investidores institucionais”, que são as corretoras de valores, os fundos de investimentos, as instituições financeiras, etc.

Logo, uma pessoa física com aplicação menor do que 1 milhão de reais não fica adepta a essa opção.

Quem não se enquadra no perfil, portanto, deve entrar em contato com os agentes financeiros que trabalham com esses títulos para aplicar em fundo de BDRs. Essas aplicações, normalmente, são de, ao menos, 25 mil reais.

A vantagem é que não é preciso ter uma conta no exterior. Mas, neste caso, falta autonomia para montar um mix de investimentos. É como um fundo, você fica a mercê do seu gestor.

A tributação acontece sobre o ganho de capital de cada operação, sendo que pode ser descontado até 15% do valor. Há ainda uma tributação sobre os rendimentos, que vai seguir a tabela progressiva.

A tributação e os impostos cobrados… Confira!

Ganho de Capital é pago no Brasil e pode variar de 15% a 0% – sendo que não há compensação sobre perdas.

Juros Recebidos são pagos no Brasil e há o IR conforme a tabela progressiva (de 0 a 27%).

Dividendos dos Fundos são pagos no Brasil e segue a tabela do IR.

Dividendos de Ações ou ETFs são pagos nos EUA e representa 30% retidos na fonte. No Brasil, nada é pago porque seria uma bitributação, o que não é permitido.

Transmissão de Herança é pago nos EUA e a alíquota mínima do imposto é de 40% do valor do imóvel em nível federal. Ainda há a cobrança estadual.

Distribuição de Lucros é pago no Brasil.

Independente da quantia financeira, é importante levar em conta que o mercado financeiro pode ser vantajoso e mais do que isso há formas totalmente legais de investir lá.

Abrir conta em uma corretora norte-americana?

Nos EUA existem 2 tipos de corretoras de valores – as diretas e as intermediárias.

As diretas falam diretamente com seus clientes enquanto que as intermediárias fazem apenas “o meio campo” das operações, trabalhando para uma corretora maior. O ideal, a recomendação e o mais aconselhável é ir direto à corretora direta.

Mas, como abrir conta em uma corretora dos Estados Unidos? Listamos um breve passo a passo!

– Confirmar se a corretora de valores norte-americana é legal e está registrada na Finra (Financial Industry Regulatory Authority). Há vários sites para fazer isso, como o Investor.org, SEC (Securities and Exchange Comission), entre outros.

– Avaliar se a corretora permite que os brasileiros que não moram nos Estados Unidos podem abrir a conta. Sim, algumas não têm essa permissão. No site Stockbrokers você pode conferir essa informação.

– Avaliar o custo por operação. Também existem sites que comparam os custos de corretagem entre as corretoras, como a Nasdaq.

No geral, elas cobram por trade, mas pode haver os hidden costs, que são cobranças ocultas (taxa de inatividade, taxa de manutenção…).

– Realizar o processo de abertura através do site.

– Enviar documentos escaneados para a corretora, como comprovante de residência, declaração do imposto de renda, passaporte, formulários.

– Enviar documentos fisicamente e fazer o login no home broker.

– Transferir o dinheiro para a conta da corretora e verificar se a agência do seu banco dispõe da funcionalidade de câmbio.

– Cuidado com a cobrança da taxa de transferência do dinheiro para fora do país, isso pode variar muito. Há também o custo do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).

Reprodução: Google

10 motivos para investir na bolsa de valores norte-americana

Aquelas pessoas que negociam, ao menos um pouco, ativos no mercado de ações do Brasil, sabe que a bolsa de valores daqui tem suas restrições quanto aos ativos… Normalmente, os traders (investidores profissionais) concentram seus esforços em minicontratos e dólar futuro.

Nas bolsas de valores americanas, os traders pode ter acesso a uma gama maior de oportunidades e negócios, adotando estratégias mais variadas.

David Lerman é diretor sênio da CME (Bolsa de Chicago) e Laio Santos é diretor de ações da XP Securities… Eles falaram sobre algumas vantagens das bolsas americanas, confira!

1 – Alavancagem

Um investidor que quer operar alavancando no Brasil busca os contratos futuros. Nos EUA é possível fazer isso com ações e bonds (títulos da renda fixa).

Isso quer dizer o que? Que se você tem 100 mil dólares para operar em uma corretora, ela poderia te emprestar mais 100 mil dólares cobrando uma taxa de 2% ao ano (uma taxa bastante baixa).

Na prática, você dobra de patrimônio para investir e só precisaria ter um retorno acima dos 2% ao ano e aí a alavancagem é vantajosa.

2 – Alavancagem (de novo)

Nesse caso, é para citar que a liquidez dos EUA está justamente nos contratos futuros – isso é excelente para um trader ou para quem tem pouco dinheiro para começar a investir.

Com a alavancagem sempre há ativos com forte oscilação no curto prazo e quem faz as operações mais líquidas, pode ficar vários dias sem sentir fortes “baques” da bolsa.

Nos contratos futuros, essa variação percentual da carteira pode ser significativa – e superar mais de 20 vezes.

Além de tudo, as bolsas de valores norte-americanas aceitam dinheiro ou investimentos como garantia.

3 – Liquidez

O giro diário das ações da Apple (que é a maior empresa do mundo) é maior do que o volume negociado por todas as ações da B3… Precisa falar mais alguma coisa?

No Brasil, existem 353 empresas abertas e no mercado americano são mais de 4 mil.

Os Estados Unidos tem 35% do mercado de ações do mundo e o Brasil responde a 2%.

Na bolsa daqui não existem grandes setores como de tecnologia ou biotecnologia.

E, se o assunto é mercado futuro, a liquidez é ainda maior. Esses contratos de euro contra dólar são negociados em um valor nacional de 2,9 trilhões de dólares por dia.

4 – Liquidez (de novo, também)

Agora, é para falar que no Brasil um investidor pode ficar vendido em uma ação para obter lucro se ela cair. Basta ligar na mesa de BTC da corretora e descobrir que não há aluguel de ação.

Na prática, ele perdeu uma grande oportunidade.

Nos Estados Unidos, sempre há ações para aluguel em casos de empresas com boa liquidez. O investidor, dessa forma, vende a ação e avisa a corretora de forma eletrônica.

5 – Mercado de opções

Mais ativos, com mais vencimentos e maior liquidez – esse é o mercado acionário americano.

Então, ainda que você queira comprar uma ação do Itaú, por exemplo, vai reparar que há mais ações sobre os ADRs do Itaú negociados nos EUA do que na B3. Achou estranho?

Mas é real!

Agora, cuidado: uma opção dá o direito de compra ou venda de 100 ações. Além disso, é diferente do que acontece aqui no Brasil: lá quando uma empresa paga dividendos o preço do exercício não muda e os dividendos já ficam embutidos na cotação.

6 – Custos menores

Na bolsa norte-americana os custos são menores do que por aqui.

O investidor que dá a liquidez ao mercado pode fechar negócios e receber emolumentos da bolsa ao invés de pagar.

Quem paga emolumentos é quem raspa o book de ofertas.

A vantagem é ter várias bolsas no mesmo país – elas competem entre si pelos clientes e com isso cobram taxas menores para atrair os potenciais investidores.

7 – ETFs, um mundo a parte

Além das 4 mil empresas listadas , os EUA tem também as ETFs (fundos de investimento com cotas negociadas na bolsa). No Brasil há uma dezena delas, mas a maioria sem liquidez.

Nos EUA, há índices de ações, de títulos, de renda fixa, de volatilidade, de commodities…

O ETF é negociado com o código SPY e segue o índice S&P500.

Por exemplo, se o investir quer lucrar com a valorização dos títulos do tesouro americano com vencimento em 2 décadas, pode comprar o ETF TLT.

8 – Fracionário

No mercado de ações do Brasil, os ativos são negociados em lote de 100. O investidor adquire, por exemplo, 83 ações. Nos EUA, não existe apenas o fracionário. Logo, se ele um papel custa 10 dólares e ele tem 45 dólares… Pode comprar 4,5 ações.

9 – 24 horas por dia

No Brasil, os preções das ações funcionam das 10h as 18 horas. Já os contratos futuros são das 9h às 18 horas. Nos EUA, eles funcionam 24 horas por dia, durante 6 dias da semana.

O mercado tem muita liquidez, portanto, mesmo quando o pregão está fechado.

10 – Home Broker

A língua inglesa é a mais fluente do mundo, mas ainda que você não tenha afinidade com ela, saiba que os home brokers de lá também tem a opção de serem aportuguesados.

A XP Securities, por exemplo, oferece essa opção.

https://youtu.be/Lgfhcz_SdAs

Bônus – Cuidados na hora de investir dinheiro no exterior

Ainda que seja uma boa opção, a falta de conhecimento pode trazer problemas financeiros internos e externos – tudo começa pela burocracia. Confira os principais cuidados!

As Leis Brasileiras

A compra de um imóvel no exterior necessita da Declaração de Capitais Brasileiros no Exterior do Banco Central do Brasil. Nela estão as principais normais de declaração de bens, conforme Decreto 1060, de 1969.

Também é preciso observar a Medida Provisória 2224, de 2001, que estabelece multa de até 250 mil reais ao não fornecimento de informações ou prestação de informações falsas.

A Resolução do Conselho Monetário Nacional 3854, de 2010, fala sobre a necessidade de declarar os imóveis para valores iguais ou superiores a 100 mil dólares.

Também dá para citar a Circular 3574, de 2012, que comenta sobre os prazos em que as Declarações de Capitais Brasileiros no Exterior (CBE) devem ser prestadas por meio eletrônico através do site do Bacen.

Como temos a saída da moeda do país para a compra do imóvel, é preciso se atentar a Lei 7492, de 1986, sob pena de crime.

As Leis Estrangeiras

Na Flórida, por exemplo, há o Imposto de Transmissão do Imóvel para casos de morte do proprietário e esse valor pode chegar a 47% do valor de mercado do imóvel. Nesse caso, o investidor perderia praticamente metade da aplicação.

Para driblar esse imposto, é possível levar em conta comprar um imóvel como uma pessoa jurídica, em um paraíso fiscal (que tem custo mais baixo).

Entenda que comprar um imóvel por meio de uma pessoa jurídica não é crime – mas, se a compra tiver o único intuito de sonegar impostos aí sim pode caracterizar atos ilegais, conforme as condições, inclusive, como lavagem de dinheiro.

A Variação do Câmbio

Esse talvez seja um dos principais cuidados que o comprador deve ter – o atual cenário do dólar frente ao real (ou vice-versa) tem levado as pessoas a deixarem de levar em conta os riscos do financiamento em moeda estrangeira.

Porém, o drama pode ser visto também com o que aconteceu em 1999, quando o aumento da cotação do dólar causou prejuízos enormes para os consumidores brasileiros dos carros importados, que faziam leasing bancário atrelado ao dólar.

Assim, para quem vai financiar um imóvel no exterior, corre o risco de sofrer com a variação cambial. Observe o exemplo:

Um comprador paga 100 mil dólares de entrada e financia outros 200 mil dólares em prestações mensais de 1 mil dólar.

Se o dólar está cotado em 2 reais, o preço da prestação é de 2 mil reais e o saldo, 400 mil reais. No entanto, se o dólar sobe para 4 reais, o valor da prestação e do imóvel também dobra.

Ganho de Capital

Outro ponto que merece atenção é a declaração do imposto de renda – ela tem de ser feita pela conversão do valor pago em dólares em reais, no câmbio da data de transação e não se pode mais alterar esse valor.

Quando o imóvel for vendido, o brasileiro deve pagar o imposto de renda sobre o ganho de capital nos Estados Unidos, normalmente, em uma taxa de 15%.

Além disso, caso o brasileiro resolva trazer os recursos para o Brasil, terá de pagar mais 27,5%.

Custos de Manutenção

Após saber as leis, é importante pensar que ao comprar um imóvel haverá encargos.

Na Flórida, por exemplo, o pagamento de condomínio do imóvel é de responsabilidade do proprietário, assim como o IPTU. Fora isso, as imobiliárias cobram até 10% do valor do aluguel para administrar o processo.

Para manter um imóvel no exterior, além da manutenção, há o IPTU, que é de 2% do valor do imóvel e há uma média de 10 dólares por m² de condomínio e gastos fixos, como luz, telefone, internet, outros.

Com informações do ig, tororadar, londoncapital, infomoney

Não há posts para exibir