Vai Investir Dinheiro? Cuidado com essas 7 Armadilhas Financeiras

A realidade do brasileiro está mudando – alguma parte das pessoas está saindo da poupança e começando a aplicar seus recursos financeiros em opções que são mais rentáveis, como os títulos da renda fixa. A busca é única: por mais lucratividade.

No entanto, pela inexperiência, muitas pessoas acabam esbarrando no que os especialistas gostam de chamar de “armadilha financeira”. Quando cai em uma dessas, o investidor pode ter vários prejuízos, como perder dinheiro e ter efeito invertido.

Para todos que estudam o mercado financeiro, a melhor defesa é buscar conhecimento teórico e técnico sobre o assunto da educação financeira – só assim é possível evitar tais percalços.

1ª Armadilha – Investir para Ganhar Dinheiro Rápido

“Normalmente, o novo investidor chega procurando algum produto que vai render mais. No entanto, nem sempre o maior retorno é a melhor opção. Na verdade, muitas vezes não é. O erro está em enxergar o mercado financeiro como um fim em si próprio”, diz André Bona.

Ela cita um exemplo. Uma pessoa que começa a investir dinheiro e não tem, nem para começar, uma reserva de emergência. Então, nesse caso, o mais recomendável de tudo é optar por opções de aplicações financeiras conservadoras e que tenham alta liquidez.

Daí, ele conta que o esse dinheiro vai render menos do que poderia, no entanto, é a melhor opção porque dá segurança e a liquidez, que é a liberdade de resgatar o recurso em qualquer momento.

“Hoje só se fala em multimercados porque tem maior retorno e são mais vantajosos em momentos de juros baixos, como está acontecendo. Só que eles cobram taxas e tem riscos bem maiores”, argumenta.

Ele diz que esse tipo de investimento financeiro nem sempre está de acordo com o perfil de quem vai investir.

2ª Armadilha – Acreditar em Todos os Produtos Bancários

André também fala sobre a falsa impressão de que os produtos bancários são os mais seguros e rentáveis, apenas porque são ofertados pelos gerentes dos bancos.

“Eu consigo te dar um argumento de venda para qualquer produto financeiro que existe. Mas isso não quer dizer que ele sirva para você”, afirma.

Bona comenta que quem poupa dinheiro tem que ter em mente que o gerente do banco é um funcionário e não um consultor. Eles são exatamente como vendedores de uma loja, comenta. Assim, jamais vão dizer que o produto da loja ao lado é melhor.

“Não que eles sejam vilões. Eles estão apenas fazendo o trabalho dele. Cabe à pessoa ter o mínimo de informação antes de tomar a decisão”, analisa.

Reprodução: Google

3ª Armadilha – Achar que Títulos de Capitalização são Investimentos Financeiros

Esse é um produto oferecido aos correntistas dos bancos que querem criar o hábito de poupar dinheiro e ver o dinheiro render, além de tudo, ele pode participar de sorteios todos os meses.

Porém, outro especialista, Samy Dana, diz que “trata-se de um dos piores produtos bancários para o cliente e não pode ser considerado um investimento. Segundo ele, nos títulos, a matemática só funciona de forma positiva para um lado: os bancos”.

Ele afirma que o sorteio é usado pela máquina de vendas dos bancos como sendo um adicional, mas vendido em operações casadas, onde omite-se a possibilidade de perdas expressivas com a interrupção dos pagamentos, que são mensais.

Ele conta que no ano de 2016 os bancos tiveram ganhos com esses resgates que atingiram 250 milhões de reais.

“Ele só será uma boa para o cara que adora jogar. Para esse sujeito, pode até servir. Mas é um produto financeiro e não um investimento”, garante.

4ª Armadilha – Pensar que Quem Tem Dinheiro não é Enganado

Paulo Tenani é professor da FGV e diz que investir é como achar o mecânico do carro – sendo que a chance de você ser roubado é altíssima.

“Se o cliente de baixa renda é assediado com títulos de capitalização, o rico recebe ofertas de notas estruturadas que escondem risco e taxas altíssimas sem fazer ideia. O rico cai em armadilha direto”, conta.

5ª Armadilha – Os Superpoderes dos Gestores

Tenani conta que não existem gestores que super-heróis. A diversificação, por exemplo, é para quem não entende nada de investimento – esse é um mito, ele diz.

“Muita gente nutre o mito de que há gestores que têm superpoderes para escolher ativos certos e dividir esse conhecimento com você. Por causa disso, muita gente corre risco gratuito de concentrar suas carteiras”, afirma.

Ele cita alguns fundos que têm taxas altíssimas e aplica apenas em uma única ação.

“Já vi gente investir em uma gestora que só tinha uma pessoa. E se esse cara é atropela? E se ele morre? O que acontece com o seu dinheiro”?, ele argumenta.

O conselho, para Tenani, é buscar conhecimento e se informar um pouco sobre cada opção de investimento e descobrir qual é a mais adequada para você.

“A primeira missão é colocar os objetivos pessoas em primeiro lugar na hora de fazer investimentos. Só depois, pesquisar sobre os produtos. A última parte é olhar a conjuntura econômica”, conta.

E continua: “Tem gente que fica viciada em dado econômico e não faz a escolha correta. Neste momento, os títulos que aplicam na Selic estão perdendo rentabilidade. Mas eles não são os mais líquidos e seguem sendo os mais recomendados para reserva de emergência”.

6ª Armadilha – Publicidades Distorcem Análises

Investimentos modernos, complexos e rentáveis – feito para pessoas sofisticadas. Esse produto pode nem existir, ainda que você esteja vendo uma propaganda dele.

A dica é tomar cuidado com o “canto da sereia”.

Sem base para tomar decisões, fica impossível comparar os títulos financeiros e isso facilita a enganação que acontece pelas “embalagens” no mercado financeiro.

Na hora de pensar em uma carteira de ativos, é preciso considerar a razão e nunca a emoção. Lembre-se do tópico 1 – dinheiro fácil e rápido, normalmente, não existe.

As pessoas precisam realizar gerenciamentos de risco eficientes e com embasamento. Isso está muito aquém das publicidades e das propagandas.

7ª Armadilha – Mecanismos de Proteção não garante que você não perderá dinheiro

Os bancos e as corretoras estão passíveis de falência.

Nos bancos existem as entidades que fiscalizam, como o Banco Central do Brasil (BCB) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que também está nas corretoras.

Além disso, existem o Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que garante aplicações financeiras de até 250 mil reais em alguns produtos bancários.

O que precisa ser levado em conta é que o rendimento de um investimento financeiro não depende da garantia do banco ou da corretora.

Isso tem outras influências como as mudanças econômicas, os índices, entre outros. Por isso, em todos os tópicos listados aqui falamos em quão importante é você conhecer sobre os vários produtos, que tem que se encaixar com a sua realidade de vida.

Quando se tem objetivos, fica mais fácil encontrar essa resposta – assim, as chances de retornos são maiores.

Qual o melhor investimento para evitar as armadilhas

Bona diz que o investidor pode optar por uma aplicação especifica se quiser contornar todas as armadilhas impostos pelo mercado financeiro – O Tesouro Direto.

“O fundo quer pegar o seu dinheiro e fazer o que quiser com ele. Já no Tesouro, o dinheiro está com você. Então, é uma opção melhor se você é capaz de fazer a compra por conta própria”, conclui.

Para ele, isso demanda educação financeira.

Com informações de OGlobo

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