A tributação no Brasil: a inflação nos investimentos financeiros

Hoje o assunto é um dos mais perversos do Brasil: o sistema tributário brasileiro. Ele faz parte do Custo Brasil, que há muito tempo é falado na mídia, na imprensa, nos meios de comunicação e em todo veículo informativo.

Você sabe que a arrecadação de impostos no Brasil é bastante elevada. Isso é um fato importante e real.

Ela está entre as mais elevadas do mundo e isso não é problema algum.

Aliás, não seria problema algum pagar impostos, se eles tivessem retorno.

Então, o problema é quando você não tem retorno desses impostos.

Está fácil até aqui, não é?

O problema está na desproporção dos impostos arrecadados no Brasil, que não se convertem em uma educação de qualidade.

Logo, o sistema não funciona bem: nem o de saúde, nem de infraestrutura e quase nenhum outro.

Nós temos uma arrecadação média no Brasil na casa dos 40% de toda a produção de riqueza que é produzida aqui.

Apesar de tudo isso tem um aspecto que é extremamente grave: a desproporcionalidade dos impostos resulta na tributação que nós temos não apenas sobre a renda, mas a tributação que nós temos e que nós não recebemos em troca.

Isso é o que os analistas chamam de “tributação do nada”.

É como se a gente pagasse tributos para não ter nada em troca.

Essa tributação tem a ver com o quanto se paga de imposto de renda!

O imposto sobre o rendimento, o imposto sobre o lucro…

Só que na verdade não existe um lucro real.

E sim um lucro inflacionário!

História

Lá atrás, no Plano Real, o objetivo era controlar a inflação e evitar a indexação da economia.

Isso porque todo mundo quer corrigir os preços pelos indicadores oficiais de inflação.

Então, o governo proibiu a atualização inflacionária da contabilidade dos negócios do governo.

Proibiu a limpeza da inflação do rendimento das famílias na hora de apurar imposto de renda.

Qual é o resultado disso?

Durante certo período, os lucros auferidos e parte desse lucro sendo infracional, a teoria era a de pagar imposto sobre uma renda que na verdade não aconteceu.

Leia Também – Como os que poupam podem se proteger da inflação?

Vamos a um exemplo.

Exemplo

Imaginem que em um dado momento você compra um imóvel por 100 mil reais.

Depois de três anos, você vende esse imóvel por 140 mil reais.

Pelas regras tributárias, seriam 40 mil reais de lucro.

Mas, do todo, você tem que pagar 15% de imposto.

E 15% de 40 mil, dá 6 mil reais!

Você paga o imposto e sobra 34 mil reais de lucro efetivo para você.

Agora, suponha que nesse mesmo período três anos a inflação oficial acumulou 20%!

Então, 20% da inflação significa que daqueles 100 mil reais que você investiu em imóvel até chegar aos 140 mil, tira o efeito de inflação!

Assim, aqueles 100 mil reais que você investiu no começo na verdade seria equivalente hoje a 120 mil reais.

E, na prática, você não lucrou 40 mil reais, você lucrou apenas 20.

Consegue entender o efeito da inflação?

Isso é péssimo e muito errado porque o governo te cobra 15% sobre o lucro nominal sem descontar a inflação.

Assim, aqueles 6 mil reais em imposto está pagando é na verdade um número muito maior quando considerados sobre apenas os 20 mil reais de lucro que você tem.

É o dobro de imposto que você está pagando sem que você perceba. Sacou?

inflação nos investimentos financeiros

Economia histórica

Contando isso historicamente e considerando a economia como um todo, considerando que muitas famílias têm lucros imobiliários e depois de anos você vende o imóvel que você comprou…

O ideal seria fazer aquela apuração dolorosa: tem que pagar a tributação pesada!

Então, temos que considerar que o governo está arrecadando um imposto sobre uma atividade que não existe, uma atividade ilusória.

Não seria exagero algum dizer que essa economia histórica é uma grande farsa.

Qual é o resultado disso?

As pessoas, que teoricamente estariam enriquecendo e dividindo parte da sua riqueza com o governo, acabam dividindo muito mais do que deveriam dividir.

Essa riqueza que não está nas mãos das pessoas, nem das empresas, mas está na mão do governo.

E aí, voltamos à estaca zero: um lucro que é muito mal utilizado, que é desviado, corrupção, má administração…

Essa riqueza não se converte em atividade econômica, não se converte em recursos circulando na economia.

O resultado disso é uma economia mais pobre!

Nós pagamos imposto sobre uma renda que não acontece.

E daí justifica o empobrecimento da economia.

Isso não acontece só com os imóveis, está bem?

Investimentos Financeiros

Isso acontece, por exemplo, com as ações que são negociadas na bolsa de valores.

Quando você compra ações de uma empresa, depois de um tempo você vende essas ações para investidores, e há uma apuração do lucro que você teve.

Só que obviamente as empresas valorizam com o tempo, mas parte dessa valorização tem a ver com o aumento de valor dessas empresas decorrente do aumento inflacionário.

Então, o aumento de valor das empresas que reflete o aumento desse lucro em parte é também inflacionário.

Difícil entender isso?

Na hora de vender suas ações, você não está pagando imposto sobre o aumento nominal de valor.

Então, as ações, os imóveis, as empresas de ciclo longo de produção, as empresas que montam aviões, que montam navios, que montam grandes obras contam sua matéria prima construindo lá na frente apura certo lucro.

E parte desse lucro tem a ver com o aumento dos preços, o encarecimento do processo durante a produção e mesmo assim paga se imposto sobre esse ganho nominal.

Isso gera um custo muito alto à sociedade, um Custo Brasil que não é medido na alíquota de imposto e nem na eficiência dos processos no custo da mão de obra.

Só que é a tributação de um lucro que não acontece de verdade!

Leia Também O que são Investimentos atrelados à Inflação?

A realidade brasileira

Quando se compara a situação das famílias e das empresas brasileiras com de outros países, mais a inflação, percebe que se mesmo os lucros sejam iguais na verdade o que sobra no final é menor nas famílias brasileiras.

Estamos vivendo nos últimos meses um período de queda da inflação, um período de acomodação na inflação em patamares mais racionais, mais próximos do que acontece em países desenvolvidos.

E o resultado disso também é a menor tributação.

Na verdade, a tributação é a mesma só que sobre um resultado real.

Assim, são mais recursos.

Nós estamos vivendo um momento, no Brasil, bastante interessante: é uma oportunidade de nos tornarmos mais competitivos e construir riqueza!

Não é a hora de consumir mais, e sim a hora de investir numa situação mais equilibrada no dia a dia do seu planejamento!

Você pode sim tomar alguns cuidados para evitar a inflação.

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Evitar a inflação

Um dos cuidados é fazer uma leitura do que você tem com seu  ao longo do tempo: sonhos a realizar, planos de conquistar, a aposentadoria e sempre filtrando os efeitos da inflação.

Como se faz isso?

Em um determinado momento você faz um cálculo do quanto você tem que poupar normalmente.

Há um valor de investimento com o futuro para viver esse investimento.

Mas, obviamente esse cálculo é feito na data de hoje.

Pois daqui um ano não será o mesmo.

Cálculos, teria que refazer esse cálculo.

Porque a inflação corrói o poder de compra.

Então, se eu tomar esse cuidado ao fazer as projeções e se na hora de identificar um valor a ser poupado regularmente, eu estabeleço que a cada seis meses eu vou atualizar esse número pela inflação.

Decidi poupar 100 reais por mês, assim, daqui a 6 meses consulto a inflação do ano.

Isso é um problema típico da nossa do sistema tributário.

Eu preciso é lutar contra as injustiças e de certa forma manter a minha posição de cidadania, além de tomar muito cuidado nas próximas eleições.

Porque são os governantes que validam programas de governo.

Isso já seria um grande avanço porque a inflação não é simplesmente aumento de preço, a inflação nos tira riqueza futura a inflação nos faz pagar impostos sobre uma realidade que não acontece.

Com informações do Youtube

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