3 Vezes Mais: Brasileiros aumentam envio de dinheiro aos Estados Unidos

Essa notícia tem estampado a capa de muitos jornais aqui no Brasil, afinal com a situação econômica nada favorável, muitas pessoas tem optado por movimentar suas finanças fora do país.

Conforme o Banco Central, o volume enviado por pessoas físicas no primeiro semestre do ano atingiu 408 milhões de dólares, um valor 3 vezes maior do que o ano passado.

Para especialistas, esse fenômeno tem a ver diretamente com o aumento do número de brasileiros que mudaram para o Estado Americano em busca de uma vida melhor, além dos estudantes que foram apostar na vida acadêmica de lá.

Assim, estabilidade financeira e investimentos focam em garantir ganhos de um mercado muito maior e, obviamente, mais confiável do que o existente aqui neste país latino-americano.

Quem comentou esse resultado foi André Algranti, que é da XP Securities, na Flórida, e diz que a forte expansão da remessa de dólares do Brasil para os Estados Unidos (salto de mais de 50%) tem a ver com o número de clientes ou o aumento em 61% das remessas em custódia.

“A área de câmbio no Brasil praticamente dobrou de tamanho nesse primeiro semestre”, garante.

O próprio André é um exemplo dessa mudança já que ele mesmo mudou para a Flórida no início do ano “a fim de atender a algumas adequações da empresa e dos clientes”.

Nos últimos meses, a XP Securities contratou um especialista em ativos europeus e norte-americanos devido à maior procura dos brasileiros por esses investimentos financeiros.

A Taxa Básica de Juros e os Investimentos Financeiros do Brasil

A Selic, taxa básica de juros da economia brasileira, começou o ano em 13,75% e chegou à 9,25% em julho, mas ainda é muito alta se comparada com a mesma dos Estados Unidos, que é de 1% ao ano.

Esse é o principalmente motivo pelo qual muitos investidores brasileiros optem pelos investimentos americanos.

“É natural que o brasileiro esteja muito acostumado com um CDI, por exemplo, em ganhar juro alto sem muito esforço. Quando vem para cá, ele procura por soluções parecidas”, diz o diretor-executivo.

Por outro lado, o Brasil tem uma gama muito maior de investimentos financeiros e possibilidades de aplicações, no entanto, em termos de negócios o Brasil ainda é praticamente insignificante. Se você não acredita, saiba que a Apple negocia um volume diário que equivale ao volume de toda Bolsa Brasileira.

Para Alegranti é comum que imigrantes procurem ativos da Petrobras, Itaú e Bradesco.

“Um trabalho que a gente vem fazendo é justamente buscar que nossos clientes invistam também em ativos não relacionados ao Brasil. É importante que ele esteja atrelado a riscos locais e que diversifique com ativos europeus e asiáticos também. Tentamos rebalancear o portfólio”.

XP Securities

Em termos medianos, a carteira dos clientes da XP Secuties – que começam a partir dos 100 mil dólares – é dividida entre 10% na Bolsa de Valores e 60% em ativos de Renda Fixa, enquanto que o restante fica em Fundos de Investimentos.

“Antes esse percentual [do portfólio alocado em ativos brasileiros] era muito maior. As pessoas já conheciam esses investimentos e se sentiam mais confortáveis. Agora, com a situação política do Brasil e as delações de Joesley Batista, elas começam a perceber a importância da distribuição de investimentos, principalmente em momentos de crise”.

Leia Também:

Veja como a Petrobras promete Movimentar o Mercado de Ações. Bônus: as 13 multinacionais brasileiras mais promissoras

Entre os principais ativos favoritados pelos brasileiros nos primeiros 3 meses do ano estão os bonds do Banco Santander (Espanha), da General Motors e da Electricité (da França). Entre os brasileiros, destaque para a Petrobras, Itaú e Gerdau.

“São empresas sólidas e que as pessoas se sentem confiantes em investir”.

Bônus: Sobre Comprar um Imóvel no Exterior

Investir em imóveis sempre foi considerado um dos melhores investimentos financeiros do Brasil. Essa realidade mudou. Porém, muitos investidores têm optado por investir em imóveis fora do Brasil… A questão que fica é: Vale a Pena?

Com a desvalorização do real frente a outras moedas, como o dólar e o euro, que faz com que os investimentos feitos aqui acabem não tendo o rendimento esperado e tampouco a valorização pretendida ao longo do tempo.

O que acontece é que paralelamente à isso, ainda existe receios sobre investir no exterior, mesmo que seja na Bolsa de Valores. Logo, os imóveis parecem ser algo mais “concreto”, se assim podemos dizer.

Portanto, buscas são feitas diariamente sobre imóveis estrangeiros e o interessante é que normalmente aparecem com valores atrativos – o que renderia um bom aluguel.

Aí, se pensarmos que o aluguel será recebido em dólares, a vantagem parece ser maior ainda, o que aumenta lucratividade, rentabilidades.

O potencial de valorização em cidades especifica também pesa na escolha do investidor.

“Existem lugares hoje nos Estados Unidos que oferecem excelente oportunidade de investimento, mas acredite em mim, passam longe das rotas mais conhecidas como Nova Iorque ou Miami”, diz Aigo Pyles, que é fundador da Genesis Associados.

“Levando em conta que o imóvel pode oferecer duas formas de ganho, uma é o ganho de valorização do imóvel e o outro é com a renda do aluguel, então esse ganho com o cambial e a menor variação que existe em país com a economia mais equalizada, acredito sim que o imóvel pode ser uma excelente opção de investimento”.

Se você começou a cogitar a possibilidade de investir em imóveis no Estados Unidos, leve em conta alguns pontos selecionados por Pyles.

Pesquisa É Fundamental

O erro maior é sair comprando sem pesquisar. Pare de acreditar apenas no que você ouve por aí e comece a conhecer tais investimentos. Para Ayles, quem quer investir dinheiro precisa seguir conselhos de quem sabe fazer isso com sucesso.

Ele diz que é necessário entender que não é porque um amigo ganhou dinheiro com uma transação imprevista que o mesmo vai acontecer com você.

Rotas Tradicionais

Já foi apontado por várias pesquisas que alguns roteiros turísticos, mais cobiçados, podem ser ótimas aplicações financeiras, com poder de valorização.

Ayles nos faz pensar na seguinte hipótese: uma casa em Nova Iorque com um custo inicial mais alto e uma taxa de valorização menor.

“Se você investe em uma região menos cotada, mas bem vista e adequada, vai pagar menos na hora de compra e, em poucos anos, verá que o imóvel possui um valor venal bem mais alto do que o inicial”.

Assim, ele diz, como acontece com os aluguéis, a tendência é aumentar.

Perfil da Região

Regiões que não são conhecidas não valem a pena, fim de papo.

Por exemplo: se comprar um cômodo comercial em uma região de expansão pode ser muito mais lucrativo do que adquirir uma casa em um local que está sendo cada vez menos residencial.

A dica é voltar nos tópicos anteriores – sobre pesquisar os preços, locais e valores.

Normas Estabelecidas

Outro erro é sobre tentar simplificar o que não é possível de ser simplificado. Os processos e procedimentos são sempre bastante burocráticos e facilmente são feitos com irregularidades. O ideal é ter em mente que as regras tem que ser seguidas e não descumpridas.

Suporte técnico, jurídico e administrativo é essencial para lidar com os processos necessários.

Considere os Custos

Nunca, em hipótese alguma, deve-se investir todo o dinheiro na compra de um imóvel no estrangeiro.

Considere os custos de legalização e de possíveis reformas e reparos na casa, lembrando que tudo precisará ser pago em dólares – isso pode representar um rombo no seu orçamento para investimentos financeiros.

Reprodução: Google

Fundos Imobiliários como Alternativa na Renda Variável

Quem conhece um pouquinho, o mínimo, do mercado financeiro sabe que o Mercado de Ações apresenta ótimas oportunidades de investimentos e nem sempre elas são tão arriscadas como dizer por aí.

No caso dos Fundos Imobiliários, eles deveriam ser o primeiro passo para o investidor da Renda Fixa migrar para a Renda Variável, diz Tiago Reis, que é da Suno Research.

“Mesmo sendo Renda Variável, a modalidade tem dividendo mensal, que acalma os ânimos do investidor e passa por menos volatilidade: normalmente, o Ifix tem um terço da volatilidade do Ibovespa”.

Para explicar melhor essa situação, ele cita um exemplo:

“No dia do pânico, que o Ibovespa chegou a cair 10%, o Ifix caiu apenas 3%. Eu consigo viver com isso”, ele disse em entrevista ao Infomoney.

Para ele, “pessoas que compraram fundos imobiliários em 2013 buscando ganhos de 50% que, obviamente, não aconteceram, acabaram vendendo por conta da decepção”. Porém, agora o Brasil saiu das trevas, na opinião dele “e retoma uma movimentação saudável para o mercado”.

Com informações do Infomoney, Terra

Não há posts para exibir