Saiba o que é a deflação e como ela influência seus investimentos

Hoje vamos saber o que é deflação porque quase ninguém sabe e quem sabe não entende muito bem. Parece simples a resposta de que “deflação é o contrário da inflação”. Mas, o que será que isso quer dizer?

Vamos entender desde o começo. A inflação é um aumento generalizado dos preços. Já a deflação é a descida generalizada dos preços dos bens de serviços no largo período de tempo.

Beleza? A resposta do dicionário nós já temos. Agora, vamos ver como isso funciona na prática e o que quer dizer tudo isso.

A deflação é uma redução prolongado do índice de preço do consumidor.

Já na inflação, há a subida generalizada dos preços dos bens de serviços causado pelo aumento da moeda circulante.

Então, tem essa diferença: um é para cima e outro para baixo.

Desinflação x Deflação

Vale lembrar que deflação e a desinflação não é a mesma coisa porque é o seguinte: a desinflação equivale ao abrandamento do ritmo do aumento de preço no processo inflacionário.

Logo, cada a inflação abaixa, por exemplo, de 5% ao mês para 2% ao mês.

Aí, a gente encontra uma desinflação, ou seja, você continua com inflação só que ela está diminuindo o ritmo da inflação.

Isso aí é uma desinflação.

Já a deflação é a coisa negativa mesmo, que acontece quando os preços não param de cair e continuam caindo sem parar.

O que causa a deflação?

A deflação pode ser criada pela redução da procura de certos produtos e serviços ou pela oferta maior. Ou até mesmo pelo menor volume de moedas em circulação.

Um bom exemplo aconteceu em 2000, quando o leite condensado foi de R$ 1,14 para R$ 5,99. A cerveja estava 3 vezes três vezes mais cara (isso na promoção de leve 3 e pague 2 porque se fosse comprar uma latinha só, saia quase 5 vezes mais cara).

Esse aumento generalizado nos preços é a famosa inflação!

Nós, brasileiros, especialmente os mais vividos, conhecemos bem isso. E isso quer dizer que hoje estamos bem melhor do que já fomos.

Mesmo assim, chegamos a quase 11% de inflação no ano de 2015 – é muita coisa.

Basta comparar com outras economias do mundo. E repare no seguinte: alguns países têm a inflação quase zero!

Só que pode acontecer e acontece mesmo que em alguns lugares a inflação passa a ser tão baixa que fica negativa.

O nome disso é deflação!

Se essa queda de preço não for causada por um aumento real da produtividade, aí ela se torna uma das coisas mais cruéis que podem acontecer na economia do país.

A deflação é, sem dúvida, é um fenômeno mais raro do que a inflação.

O resultado de uma deflação

As causas mais comum são: excesso de produção, escassez de dinheiro na economia ou qualquer outro motivo que força os preços como um todo para baixo.

Numa situação dessas, com aspectos com nosso próprio comportamento, piora tudo.

Se as pessoas acreditam que os preços vão cair, elas tendem a esperar antes de gastar. Se fazer compras é mais barato no final do mês, vou enrolar o mais que possível antes de ir ao mercado. Certo?

Olhando pela prática, deixar dinheiro parado é como se fosse investimento e ninguém precisa ser economista para saber que isso é um péssimo sinal.

Com a redução dos preços, o lucro das empresas cai e para sobreviver, ela passa a precisar diminuir os próprios custos, isso em geral significa mandar gente embora. O desemprego!

– Olha como as coisas se complica.

A deflação rapidamente leva ao aumento do desemprego e com mais gente desempregada, a demanda cai e as empresas são obrigadas a baixar ainda mais os preços.

Esse ciclo do mal, chamado espiral deflacionária, pode levar a economia ao fundo do poço. Foi isso que aconteceu em escala mundial na grande depressão de 1929.

E o banco central americano não foi rápido o suficiente para evitar a catástrofe.

O combate a deflação em uma economia nacional

De forma mais simplificada possível, o melhor jeito de combater a deflação é causar inflação e a melhor forma de causar inflação é entupir a economia de dinheiro.

A primeira coisa que o Banco Central faz é a abaixar a taxa de juros e dependendo do tamanho do problema, ele pode até injetar dinheiro direto nos bancos normais ou comprar de volta títulos emitidos pelo governo.

E falar no governo, ele também tem como ajudar de outro jeito: pode gastar mais ou cobrar menos impostos. Com isso, ele deixa mais dinheiro na rua do que nos cofres públicos e combate a deflação de forma direta.

Qual político não ia gostar disso? De falar que aumentou os investimentos enquanto cortava impostos e estimulou o crescimento da economia? Daria uma boa conversa para uma campanha eleitoral, não?

Só que nem sempre é assim que os bancos centrais enfrentam esse tipo de problema porque tem muita coisa interessante acontecendo neste exato momento – e eles sempre dão jeito de tirar proveito da situação, como você sabe.

Na inflação, os bancos centrais podem aumentar as taxas de juros o quanto for necessário. É só olhar para a Selic, que estava acima de 14% quando estávamos encarando uma das maiores inflações do planeta.

Mas, na deflação, para baixo tem o limite, né.

E ele chega quando mais perto de zero for. E aí chegam os juros. O resultado é gente levando ao extremo e botando os juros abaixo de zero.

Reflita!

Vamos pensar: a taxa de juros da economia é um dos principais balizadores dos títulos do governo, que são tipos de empréstimos.

Se você compra um deles está emprestando parte das suas economias para o governo. Até aí, normal, né?

Em situações normais, isso é um bom investimento porque é seguro e você ganha rentabilidade com isso. Isso porque o governo de devolve mais dinheiro do que você deu para ele. Certo?

Bom, mas e se os juros forem negativos?

O governo vai te devolver menos dinheiro do que você emprestou?

Com os juros negativos, emprestar dinheiro é o mesmo que perder dinheiro. Economicamente, isso não faz sentido!

Mas, já está acontecendo há um bom tempo.

A ideia dos juros negativos é cortar os investidores a não deixar o dinheiro parado, mas isso é uma distorção estranha para todo o sistema financeiro.

Porque são os juros positivos que fazem com que o dinheiro se mova de um lado para o outro na economia.

Na prática, para a maioria dos brasileiros, isto ainda não está claro.

Resumindo, preços caindo não são necessariamente uma coisa boa. E a deflação é um problema muito curioso e interessante, talvez pelo simples fato de estar tão longe da nossa realidade.

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