Aprenda como declarar o Tesouro Direto no imposto de renda

O imposto de renda cobrado no Tesouro Direto é regressivo. Logo, quanto mais tempo você tem um ativo aplicado menor será a sua taxa de cobrança do IR. Se você não sabe nada disso, continue lendo para saber como declarar o Tesouro Direto no imposto de renda.

E isso, no fim das contas, faz uma diferença danada. Afinal, você pagar 15% sobre o rendimento é muito melhor do que você pagar 22,5%, não concorda? Mas, para se chegar a essa cota mínima é preciso entender o processo todo. Vamos lá.

O imposto de renda no Tesouro

A cobrança do imposto de renda no Tesouro Direto acontece sobre os rendimentos que você, enquanto investidor, possui. Sendo assim, o que você investir vai ficar isento da tributação. Mas, o que você ganhar de juros será minimizado por conta do IR.

E tem um detalhe importante nesse começo de texto. Saiba que caso você faça uma venda antecipada dos seus títulos, a tributação será relativa ao período de aplicação, que vai ter começo na sua data da compra do ativo.

Por isso, antes mesmo de solicitar o resgate do dinheiro no Tesouro, a dica é você estudar qual é a alíquota que será cobrada sobre os seus rendimentos.

A tabela de tributação do imposto de renda

Como já mencionamos, a tributação do imposto de renda segue uma tabela regressiva – que indica que quanto mais tempo você manter os ativos comprados menos você pagará de IR. Logo, a tabela é dividida em 4 períodos. Veja:

  • Até 180 dias – 22,5%
  • De 180 dias até 364 dias – 20%
  • Entre 364 dias e 720 dias – 17,5%
  • Acima dos 720 dias – 15%

Por isso, se você aplicar por 182 dias ou 360 dias, a sua tributação será a mesma. Logo, dependendo da sua situação, vale a pena aguardar mais 4 dias e ter uma tributação 2,5% menor, já que a partir dos 364 dias você pagará 17,5%.

Vamos à prática

Para entender melhor isso, vamos direto para a prática. Então, vamos imaginar um investimento de R$ 1 mil com um rendimento de 6,5% ao ano. Logo, o resgate poderá acontecer em 179 dias após a compra. Assim você teria um retorno de R$ 26,40.

Nesse período, a alíquota é de 22,5% e o desconto do imposto é de R$ 5,94. Logo, o seu rendimento final será de R$ 20,46.

Mas, e se a gente aguardasse 364 dias? Então, teremos uma tributação de 20%. Logo, a rentabilidade bruta seria de R$ 59,87 e o IR de R$ 11,97. No caso de 720 dias, então, a gente tem um retorno de R$ 129,28. A alíquota de 17,5% vai dar R$ 22,62.

Por fim, se investir por mais de 2 anos, você terá um lucro bruto de R$ 141,28 e um IR de 15%, o que dá R$ 21,25. É só fazer as contas para não ter dúvidas de que, obviamente, quanto mais tempo se investe melhor para o investidor que tem menos perca na rentabilidade final.

Como declarar o Tesouro Direto no imposto de renda

Até aqui ficou fácil falar sobre o IR no Tesouro. Mas, ainda não falamos exatamente sobre como declarar o Tesouro Direto no imposto de renda. Vamos lá? Saiba que a declaração também é simples, se você entender o funcionamento dela.

Se você investir no Tesouro através de corretoras, considere que terá mais facilidade ainda porque você só tem que ir no informe dos rendimentos referente ao ano de exercício para saber qual é o valor descontado.

Ah, mas uma coisa não muda: você tem que se adequar as regras de declaração, já que nem todo mundo é obrigado a fazer isso. No último ano, a regra era a de que deveria declarar o IR quem:

  • Tivesse posse ou propriedade de bens e direito acima dos R$ 300 mil,
  • Recebesse rendimentos acima dos R$ 40 mil,
  • Possuísse renda anual acima dos R$ 28,5 mil no ano.

Logo, se um desses é o seu caso, o ideal e obrigatório é declarar. Veja o passo a passo abaixo para fazer isso do jeito certo e mais simples.

O passo a passo

Após ter o aplicativo ou programa da Receita Federal no seu computador, você deve inserir as informações iniciais. Então, vá em “bens e direitos”. Depois, tem o código 45, que é sobre “aplicação de renda fixa”.

Nesse caso, você também deve adicionar o código do país, que é 105 no Brasil. Então, tem que pôr o CNPJ do emissor ou da instituição financeira. E aí vem os detalhes de investimentos, sendo que é seguido dos valores da aplicação.

Na parte de declarar o Tesouro, tem a aba de “rendimentos sujeitos a tributação”. Então, é só ir em “novo”, no item 6, que é “rendimentos sobre aplicações financeiras”. Então, vão estar lá vários campos para serem preenchidos, como:

  • Tipo de beneficiário,
  • CNPJ da fonte pagadora,
  • Nome da fonte pagadora,
  • Valor do rendimento.

Ah, lembre-se que o valor tem que ser da rentabilidade líquida paga ou creditada.

Os investimentos isentos do IR

Agora você sabe tudo o que é preciso fazer e como declarar o Tesouro Direto no imposto de renda. Mas, se não entendeu isso muito bem ou não conseguiu fazer ainda, considere que uma boa ideia é falar com um contador que tem o conhecimento para isso.

como declarar o Tesouro Direto no imposto de renda

Outra coisa bem legal de se estudar é o fato de que há vários ativos isentos do IR hoje em dia. Por exemplo, a LCI, a LCA, as debêntures incentivadas, a CRI, a CRA.

Mas, caso você tenha os requisitos acima terá que fazer a declaração mesmo assim, com a diferença que não será descontado pelo leão da Receita Federal.

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